quinta-feira, 22 de julho de 2010

PROJETO FOLCLORE


JUSTIFICATIVA


                       O tema FOLCLORE surgiu de seu alto valor cultural, com ênfase nas tradições implícitas da cultura brasileira, a partir dos hábitos cotidianos. Esse conjunto de valores transmitidos pelo grupo social é a identidade do país, no caso do Brasil que apresenta grande diversidade no campo cultural seu folclore é riquíssimo assim um dos principais fatores de identificação de seu povo, isso fica expresso no decreto 56747 de 17/08/1965, com a criação da data de 22 de agosto como sendo, Dia do Folclore. Segundo a carta do Folclore Brasileiro, aprovada pelo I Congresso Brasileiro de Folclore em 1951, “constituem fato folclórico as maneiras de pensar, sentir, e agir de um povo preservado pela tradição popular ou pela imitação”.  O Folclore é o modo que um povo tem para compreender o mundo que vive. Conhecer o folclore de um país, é possibilidade de compreender seu povo e assim conhecer ao mesmo tempo, parte de sua história. O projeto ajuda a identificar e reconhecer essas tradições e suas manifestações, valorizando a maneira de agir, pensar, sentir O Folclore Brasileiro, um dos mais ricos do mundo, formou-se ao longo dos anos. Basicamente formado heranças culturais dos povos indígenas, a dos colonizadores portugueses e a dos negros africanos trazidos para o País como escravos O termo folklore – folclore foi usado pela primeira vez por Ambrose Merton, onde os vocábulos da língua inglesa folk e lore (povo e saber) foram unidos, passando a ter um significado de saber tradicional de um povo. É fundamental a escola resgatar essa cultura expressa no folclore popular.
                           Diante do exposto, percebe-se que o folclore permeia a vivência cultural das crianças e cria uma abertura para a experiência de modo ativo e solidificado dentro dos eixos de aprendizagem, harmonizando atividades concretas e experimentais, a fim de sistematizar conteúdos conceituais, procedimentais e atitudinais, e estes foram utilizados como ponto de partida para a organização de atividades interdisciplinares para o desenvolvimento cognitivo, afetivo e cultural das crianças. O projeto FOLCLORE compreende o valor sócio- cultural nas diversas representações do real, objetivando liberdade para assegurar a apropriação e a construção do conhecimento por todos, oferecendo um ambiente que estimule à comunicação verbal que leva em consideração a singularidade das ações infantis e o direito a brincadeira. O respaldo teórico para a validação do trabalho desenvolvido justifica-se na necessidade do trabalho com projetos e de uma prática pedagógica baseada na vida cotidiana, enfatizando a maior integração e afetividade verificada entre os alunos, a curiosidade, a participação e a aprendizagem geradas ao longo dos estudos, bem como a colaboração da maioria dos pais, da equipe escolar.

 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

                          Partindo da premissa que a escola é espaço de circulação de culturas e, o presente projeto visa ajudar os alunos a reconhecerem o que pertence ao nosso folclore e sua importância na construção de nossa identidade, o projeto FOLCLORE atua com uma temática articuladora dos eixos do trabalho no Ensino Fundamental.
                       Ao definir novos caminhos pedagógicos nos tempos e espaços da escola e da sala de aula que favoreçam o encontro da cultura este projeto incorpora a ludicidade no aprender aos planos de cognição e das interações sociais, possibilitando o acesso à fruição, a decisão, a escolha, a descoberta. A abordagem do tema parte da necessidade de resgatar os valores culturais, como também é uma forma de despertar nos alunos o interesse pela leitura e escrita. O folclore é uma forma de expressão espontânea da cultura popular, uma herança deixada pelos antepassados e transmitida aos alunos através de brincadeiras, adivinhas, danças, músicas, lendas, comidas típicas, crenças, ou seja, seu dia- a -dia.
                      Porquanto o conhecimento é fruto de um intenso trabalho de significação e resignificação onde os conhecimentos prévios ou coleta de dados/hipóteses se constituirá fundamento das ações de trabalho. Nisso o trabalho com projetos na visão de Oliveira (2002, p.242) confirma:

“O projeto didático pode possibilitar às crianças diferenciar suas próprias experiências das de outras pessoas, pensar o presente e o passado, o sentido do tempo e do espaço como uma construção histórica organizada socialmente para atender necessidades criadas nas comunidades e trabalhar o tempo como um ato de liberação do presente, considerando as diferentes temporalidades existentes no cotidiano. Suas representações sobre o tema são reelaboradas pelo olhar da professora, que, durante todo o processo, tenta apreender as hipóteses e as significações infantis”.

                       Diante deste aspecto as situações pedagógicas serão intencionais, orientadas pelo professor a fim de que as crianças compartilhem suas descobertas e experiências, comuniquem e atribuam sentidos as sensações, sentimentos, pensamentos e realidade por vários meios. Uma vez que os conteúdos conceituais objetivarão apenas colaborar na elaboração de hipóteses, os procedimentais, ou seja, o saber fazer abrirá passagem à construção de ações, que desembarcam nos atitudinais de uma prática coerente, permitindo maior visibilidade dos eixos de trabalho. A organização das atividades do projeto visão desenvolvimento integral da criança e a interdisciplinaridade, todas articuladas ao tema do projeto. Oliveira (2002, p. 236) enfatiza que:

“Ajudar a criança a articular sua história e a de seu grupo familiar e da vizinhança com a de outros grupos possibilita-lhe iniciar um trabalho de compreensão das relações entre proximidade e distancia, investigando diferenças e permanências que se percebem entre os grupos. Trata-se de bom ponto de partida para ela aprender” [...].

                       Nesta perspectiva de educação contemporânea o currículo contempla as diversidades culturais no processo ensino- aprendizagem e não se corre o risco de desconsiderar a infância, visto que o professor propiciará um ambiente rico em experiências educativas e sociais, mediando às expectativas das crianças ao mundo novo a ser explorado, estabelecendo laços de caráter afetivo, ético, social e político.
                       As crianças são curiosas e críticas e as vivências a que serão expostas favorecerá ou não seu desenvolvimento intelectual, emocional e social, ao mesmo tempo fará com que a criança perceba que recebe a herança cultural, agi e a produz, diante disso o projeto proporciona condições de conhecimento entrelaçados a natureza lúdica como atividades como danças, jogos e adivinhações que aumentam e fazem evoluir as possibilidades com o corpo, pois de acordo Vygotsky:

O brincar é uma atividade humana criadora, na qual a imaginação, fantasia e realidade interagem na produção de novas possibilidades de interpretação, de expressão e de ação pelas crianças, assim como novas formas de construir relações com outros sujeitos, criança e adultos”.
                 (ENSINO FUNDAMENTAL DE NOVE ANOS, 2007, p.35).

                       Neste enfoque segundo Vygotsky a brincadeira é agente criador de uma zona de desenvolvimento proximal, daí a importância dos preceitos contidos neste projeto. Que toma a seriedade psicopedagógica do jogo e a torna base estrutural das ações no espaço-tempo, construindo relações qualitativas e lógicas, instrumentalizando por esta via as dimensões artísticas e da escrita na gradação da consciência do mundo social, pois permite conhecer e criar durante as brincadeiras.                            Os momentos pedagógicos em sala serão marcados por uma gama de experiências e aprendizagens, que ocorrem essencialmente através da ação mútua entre sujeitos-objetos e sujeitos-sujeitos, por este motivo é fundamental a observação, o movimento, a exploração do espaço e de seus objetos e das interações sociais enfatizando a investigação, a formulação de perguntas e explicações.


OBJETIVO GERAL

                    Compreender e valorizar a linguagem do folclore e suas tradições nos usos e costumes das regiões do Brasil, principalmente a do nordeste, tendo em vista ser esta cultura aos quais se encontram inserida.


OBJETIVOS ESPECÍFICOS


Ampliar e oferecer conhecimentos que enriqueçam e ampliem as brincadeiras de papéis sociais, possibilitando as expressividades nas brincadeiras, jogos e demais situações de interação propiciadas pela cultura folclórica;

Participar de variadas situações de comunicação oral, proporcionados pela adivinhas, contos, parlendas, provérbios, etc., desenvolvendo a curiosidade, imaginação e capacidade de expressão;
Pesquisar, ler, recontar e ilustrar, lendas, par lendas, adivinhas e provérbios;
Pesquisar erva medicinais, usadas pela população deste município.

Apresentar cantigas de roda, brincadeiras, (ontem/hoje), superstições, etc.

Pesquisar comidas típicas.

Desenvolver o gosto pela leitura e pela escrita, apreciando-as como fonte de entretenimento.

Desenvolver habilidades para trabalhar em grupo


CONTEÚDOS

LÍNGUA PORTUGUESA:

·         Lendas folclóricas;
·         Ditado popular;
·         Parlendas;
·         Trava-língua;
·         Adivinhações.


MATEMÁTICA:

·         Quantidade, medida de tempo, tamanho;
·         Números cardinais, ordinais, decimais e fracionários;
·         Adição, subtração, multiplicação e divisão;
·         Situações – problema.


CÊNCIAS:

·         Ervas medicinal;
·         Comidas típicas.


ARTES:

·         Artesanato.

                                                        
HISTÓRIA E GEOGRAFIA:

·         Festas regionais;
·         Músicas e danças folclóricas.


RELIGIÃO:

·         Crendices e superstições.

 ATIVIDADES INTERDISCIPLINARES DO PROJETO POR SÉRIE


1° ANO

Leitura Compartilhada de poema sobre brincadeira (Exemplo: Pé de cachimbo, ou a origem de alguma brincadeira)
Roda de conversa sobre o folclore- levantamento dos conhecimentos prévios;
Produção de lista com as brincadeiras que conhecem e como se brinca se é de brincar sozinho ou com alguém;
Ilustrações da brincadeira e brinquedo preferido;
Elaboração de perguntas para realização de entrevista com pessoa mais velha sobre as brincadeiras e brinquedos de antigamente;
Realização de entrevista;
Construção de gráfico com as brincadeiras e brinquedos que mais apareceram na pesquisa;
Leitura de telas retratando brincadeiras;
Releitura das telas lidas;
Roda de brincadeiras e jogos folclóricos, trabalhando figuras, formas, etc.;
Construção de brinquedos com sucatas.

2° ANO

Leitura Compartilhada de adivinha em cartaz;
Roda de conversa sobre adivinhas-levantamento dos conhecimentos prévios;
Registro em grupo das adivinhas conhecidas;
Respondendo individualmente adivinhas com auxilio de um banco de palavras e ilustrações - atividade mimeografada
Pesquisa de adivinhas com os parentes;
Montagem de mural com adivinhas ilustradas;
Competição de adivinhas selecionadas da pesquisa realizadas pelas crianças (trabalhar divisão de grupos, marcação de pontos e outros conteúdos implícitos nas adivinhas como tamanho, horário, etc.);
Confecção de um livro com adivinhas;
Jogo com cartas: Maior leva (são feitos cartas com os números e com suas respectivas quantidades, são distribuídos em dois montes, duas crianças retiram uma cada e comparam com a da outra, quem tira a maior levas as duas)


Leitura Compartilhada Parlendas;
Roda de conversa sobre parlendas- levantamento dos conhecimentos prévios;
Ordenação da parlenda lida em texto fatiado;
Pesquisa de parlendas;
Remontar a parlenda pesquisada por meio de recortes de jornais e revistas;
Complementação de parlendas com palavras faltosas e marca palavras que terminem ou iniciem-se por determinada letras ou silaba;
Observação de rimas, brincando com o ritmo rápido ou devagar, bem como escrever rimas com palavras selecionadas das parlendas;
Extrair palavras dentro de outras nas parlendas como: soldado _ sol + dado
Montagem de situações-problema envolvendo o contexto das parlendas (com medidas de tempo, quantidade de animais presentes na parlendas, contagem, valores e adição).

3° ANO

Leitura compartilhada trava-língua;
Roda de conversa sobre trava-língua – levantamento dos conhecimentos prévios;
Ordenação de frases do trava-língua;
Ditado com palavras do trava-língua;
Pesquisa de trava-línguas;
Identificar no trava-língua as palavras que se repetem com a letra matricial, retirar substantivos, palavras com determinado número de letras, letra inicial, final, etc.;
Cruzadinhas com os trava-línguas
Formação de palavras a partir da introdução do Re L;
Recital de trava- língua.
Jogo com dados (em cada número do dado coloca-se um grupo silábico dos trava-línguas estudados, ao jogar o dado o aluno recita o trava-língua e efetua as adições ou subtrações)



Leitura compartilhada de receita de uma comida típica;
Roda de conversa sobre a receita e outras comidas e bebidas típicas;
Produção coletiva de lista de comidas e bebidas típicas da região nordeste;
Pesquisa de receita de uma comida ou bebida contida na lista produzida com os pais, avós e vizinhos;
Construção de um quadro com os principais ingredientes das receitas e sua origem (indígena, africana ou européia) Ex. Mandioca- indígena
Confecção de um livro com as receitas pesquisadas;
Caça-palavras com os títulos das receitas, ingredientes, etc.
Montagem de situações problema envolvendo os dados matemáticos apresentados nas receitas;
Verificação de medidas de massa ou capacidade: quantas colheres de chá cabe em um copo, quantos copos para encher uma garrafa de litro, etc.
Construção de tabela com nome do produto, valor, e peso. Arroz- R$ 2,10- 1 kg

4° ANO

Leitura Compartilhada de Ditados Populares
Roda de conversa sobre os ditados populares (Em roda, as crianças tentarão atribuir significado a cada um deles, exemplificando e discutindo com os colegas) - levantamento dos conhecimentos prévios;
Escrita e ilustração em grupo de ditados que conhecem;
Criação de um pequeno texto explicativo para cada provérbio;
Leitura e complementação de ditados populares ilustrados;
Construção de um quadro com o provérbio e seu significado;
Analise das orações constitutivas dos ditados
Ex. a) Qual o sentido que atribuem ao ditado?
b) Há verbo na formação do ditado?
Leitura de objetos de artesanato (Mestre Vitalino);
Montagem de obras artesanais com argila;
Jogo de cartas: adivinhe a carta escondida (cartas com números e quantidades, corta-se em dois montes, a primeira criança pega uma carta do monte A e colocar sobre a mesa, depois secretamente olha a carta do monte B e diz a soma das duas, caso, o aluno acerte a soma, ganha as cartas, caso erre, o outro aluno ganha, e se acontecer do aluno errar devido a uma adição errada, o colega ganha automaticamente.   



Leitura Compartilhada de um remédio caseiro;
Roda de conversa sobre ervas e remédio caseiros;
Listagem das ervas e dos remédios caseiros que conhecem, e sua utilidade;
Pesquisa de remédio ou chás usados na comunidade e sua função de cura;
Socialização da pesquisa realizada e apresentação de seu remédio, chá medicinal;
Organização de cartazes com os nomes dos diversos tipos de chás ou remédio e sua receita;
Construção de um álbum de ervas medicinal com colagem de folhas para os chás com nome da erva, receita, indicações de uso, etc.
Leitura de embalagens de remédio industriais e sua bula (observação coletiva comentada sobre: tamanho, cor-tarja, espessura, forma e quantidade, recursos utilizados em sua montagem: tipos de letras, tinta, impressão, palavras em negrito e nomes com letras maiores.
Criação de uma bula para um remédio caseiro.
Jogo a Bota de muitas Léguas (faça uma reta numérica e cartões com números, um aluno pega um cartão, este será a quantidades de pulos que ele dará em seguida outra criança pega um segundo cartão que indicará o comprimento dos pulos, a marcação dos pontos acontece seguindo o critério: número de pelos e comprimentos dos pulos).
       
4ª  5° ANO
Leitura Compartilhada
Roda de conversa sobre as lendas e superstições;
Entrevista com os amigos sobre as lendas e mitos que conhecem;
Pesquisar sobre as lendas e mitos do folclore brasileiro;
Produção de textos sobre as diferentes lendas e mitos do folclore brasileiro;
Extração de substantivos, adjetivos, pronomes, advérbios, etc. nos textos lendas;
Emprego da pontuação necessária em lendas (ponto final, vírgula, travessão, etc.)
Cruzadinha com perguntas sobre lendas
Concurso de desenhos sobre lendas e mitos brasileiros;
Pesquisa de algumas superstições e simpatias;
Analise de cada uma das superstições quanto ao contexto e características;
 Criar desenhos ilustrando as superstições;
Construção de mural com as lendas e superstições, bem com suas ilustrações;
Confecção de mascaras ou fantoches com as lendas.


Leitura Compartilhada;
Roda de conversa sobre as Festas Regionais;
Exibição de vídeo sobre o folclore brasileiro;
Pesquisa em grupo na biblioteca de algumas das festas do folclore do Brasil, distribuídas por regiões;
Confecção de cartazes sobre as festas contendo as características mais importantes da festa, bem como imagens;
Apreciação de músicas regionais
Análise ortográfica da letra da música, (extração de substantivo, pronome, etc.);
 Cruzadinhas e caça-palavras com das danças, festas e músicas estudadas;
Apresentação de uma dança folclórica (coco, ciranda, frevo etc.)


CULMINÂNCIA


                       Mostra folclórica, onde cada sala apresentará as suas produções realizadas no desenvolvimento do projeto como: recital de trava-línguas e par- lendas, roda de adivinhações, reconto de lendas por meio de fantoches ou máscaras, festival de comidas e bebidas típicas, apresentações de danças regionais, etc.


AVALIAÇÃO

                       A avaliação do ensino e aprendizagem será contínua, através de todas as atividades realizadas, considerando a participação, interesse e o desenvolvimento crítico e reflexivo dos alunos.


REFERÊNCIAS


Belfort, Elizabeth/ Mandarino, Mônica. Números Naturais. Brasilia: MEC. Secretária de Educação Básica. Secretaria de educação a Distância. Universidade Federal do Rio de Janeiro. 27p. (Coleção: Pró-Letramento. Fascículo 1)

Projeto Pitanguá: português/ organizadora Editora Moderna; obra coletiva concebida, desenvolvida e produzida pela Editora Moderna; editora responsável Maria Tereza Rangel Arruda Campos. – 1. ed. - São Paulo: moderna, 2005. Obra em 4 v. para alunos de 1ª a 4 ª séries.

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