quinta-feira, 28 de outubro de 2010
sexta-feira, 22 de outubro de 2010
FUNDAMENTOS E METODOLOGIA DO ENSINO DA MATEMÁTICA
INTRODUÇÃO
Sabemos que as crianças convivem em um
contexto social onde os números se fazem presentes em todas as situações, por
este motivo a valorização das hipóteses das crianças, juntamente com a relação
direta com materiais concreto agem como norte principal a fim de alcançar
conceitos substanciais na notação convencional do sistema numérico decimal e
nas suas características.
Baseado nesses preceitos o presente trabalho visa destacar a utilização
de materiais concretos para o ensino da Matemática no Ensino Fundamenal, para
isso foi elaborado uma síntese do artigo “Eu trabalho primeiro no concreto”,
seguido de uma pesquisa de campo com professores da rede pública para coleta de
dados.
Nacarato, Adair Mendes. Eu trabalho primeiro no concreto. Revista de
Educação Matemática, vol 9. Disponível em: www.sbempaulista.org.br/RevEatVol9.pdf
SÍNTESE
O eixo norteador do artigo consiste em levantar uma reflexão
minunciosa sobre o uso de materiais manipuláveis no ensino da Matemática no
Ensino Fundamental. Parte da reflexão e problematização da pouca
existência de discussões teóricas na área de Educação da Matemática, aliado ao discurso realizado por muitos professores, que
enaltece a importância de se trabalhar com o ‘concreto’ para se ensinar
Matemática. No artigo a palavra ‘concreto’ é usada para denominar materiais
manipuláveis. Sendo, esta uma discussão que se faz presente desde o século XIX,
introduzida por Pestalozzi ao defender que a educação deveria começar pela
percepção de objetos concretos, com a realização de ações concretas e
experimentações. Segundo dados historicos brasileiro o autor aborda que a
defesa da utilização de recursos didáticos nas aulas de Matemática remete-se ao
início do ano de 1990, onde a propagação da manipulação de material concreto
garantiria a aprendizagem da matemática. Assim este uso foi destacado pela tendência
que ficou conhecida como empírico-ativista. Na concepção empírico-ativista o aluno passa a
ser considerado o centro do processo e os métodos de ensino pressupostos de
descoberta ‘aprende-se a fazer fazendo’. Esta concepção se pautava em atividades
onde era valorizada a ação, a manipulação e a experimentação. Nessa perspectiva
o princípio da experiência deveria preceder a análise, ou seja, as experiências
cuidadosamente escolhidas pelo professor sustentariam o fundamento sobre o qual
estaria baseado o aprendizado matemático. Portanto diante destes fatores para o
autor do artigo o ensino com os materiais concretos seria baseado em atividades
desencadeadas pelo uso de jogos e situações lúdicas, inspirados nos estudos
provindos da Psicologia Cognitiva, que influenciaram fortemente as produções
curriculares nas décadas de 1970 e 1980 e nesse movimento de produção não há
como desconsiderar as contribuições advindas, principalmente, de Post que destaca as contribuições de Piaget, Bruner
e Dienes para o caso da Matemática. Conforme os estudos de Pais e Andrade um
movimento de superação dessa tendência mais ativista aborda a Geometria de
forma mais exploratória e num movimento dialético entre a experimentação e a
conceitualização/abstração). A análise epistemologica do pensamento geométrico
destaca quatro elementos essenciais: objeto real (modelos) – que dá o suporte
de materialidade e funciona como uma representação dos conceitos geométricos;
desenhos – constituem uma segunda forma de representação, com complexidade
maior que os modelos, pois exigem interpretação para o seu significado; imagens
mentais – que são estimuladas pelos objetos e desenhos e estão mais próximas da
abstração; e, finalmente, os conceitos de natureza geral e abstrata. Contudo as
transformações ocorridas no cenário da Educação Brasileira, propiciada por meio
de estudos e pesquisas permitiu que o livro didático passasse a ser ponto chave
na tentativa de aproximação dos conceitos enfocados, porém o artigo especifica algumas
práticas encontradas nos livros didáticos que trabalham o tema de maneira
equivocada, como por exemplo, a falta de sentido nas relações entre as suas
peças; a representação via desenho de quantidades usando as peças do material,
ou ainda, a representação do cubinho em dimensão bidimensional. No que diz respeito às
operações com números naturais, raramente há registros que possibilitem ao
aluno relacionar as ações realizadas no material e o algoritmo que se está
introduzindo. Na conjuntura atual da sociedade a ampliação das produções na
área vêm apontando outras tendências para o ensino de Matemática e,
provavelmente, em decorrência disso, a discussão sobre a importância ou não da
utilização de materiais manipuláveis tenha ficado em um plano secundário,
gerando por esta via, uma má utilização dos mesmo. Reys define materiais manipuláveis
como sendo: “objectos ou coisas que o aluno é capaz de sentir, tocar, manipular
e movimentar. Podem ser objetos reais que têm aplicação no dia-a-dia ou podem
ser objectos que são usados para representar uma idéia”. O autor do artigo
procura chamar a atenção para alguns equívocos que podem ocorrer quando não se
tem clareza das possibilidades e dos limites dos materiais utilizados, assim o uso
inadequado ou pouco exploratório de qualquer material manipulável pouco ou nada
contribuirá para a aprendizagem matemática, suas principais dificuldades dizem
respeito a sua não relação com os conceitos que estão sendo trabalhados. Basedo
nos trabalhos de Matos e Serrazina, o artigo centraliza seu discursso sobre a
utilização de muitos materiais usados pelos professores, concebendo que na sua visão
tais materiais têm relações explícitas com o conceito. Contudo, não há nenhuma
garantia que os alunos vejam as mesmas relações nos materiais, primeiro porque a
distância entre o material concreto e as relações matemáticas a serem
representadas são enormes e segundo o material toma forma de um símbolo
arbitrário em vez de uma concretização natural. A autor do artigo finaliza embasado
em PAIS, destacando que o problema não
está na utilização dos materiais, mas na maneira de como utilizá-los, porque segundo ele ocorre
uma inversão onde o material passa a ser utilizado com finalidade em si mesmo,
perdendo assim sua essência de instrumento que possibilita a aquisição de um conhecimento específico. “Não
é o uso específico do material concreto, mas, sim, o significado da situação,
as ações da criança e sua reflexão sobre essas ações que são importantes na
construção do conhecimento matemático” (SCHLIEMANN; SANTOS; COSTA, 1992, p.
101).
ARTICULAÇÕES
NO USO DOS MATERIAIS CONCRETO OU MANIPULÁVEIS
No bojo da nova
concepção de ensino da Matemática, as crianças desde pequenas já constroem hipóteses sobre diversos conceitos
matemáticos pois, visualizam
e operam sobre vários objetos de conhecimento. A fim de compreender como se
processa o ensino da Matemática por meio da utilização dos materiais
manipuláveis, pesquisamos a prática de professores sobre o tema em escolas
públicas.
A pesquisa constou de
um questionário com 5 indagações. De início foi perguntado aos professores com
que frequência eles utilizavam o material concreto com seus alunos durante as
aulas de Matemática. Foram entrevistados 15 profissionais polivalentes do
Ensino Fundamental, dos quais 10 afirmaram utilizar materiais concretos com
frequência, 3 disseram que quase não usam,
chegando a utilizar uma vez no mês e 2 não utilizam. Na segunda questão os
prefessores explanaram ao seu ver se os materiais concretos auxiliam o processo
de aprendizagem em Matemática e por quê. Todos foram unâmines em responderem
que o material concreto subisidiar a aprendizagem, pois busca o desenvolvimento da percepção e clareza no
raciocínio, além de possibilitar uma maior participação dos alunos, gerando
assim experiências reais de cálculo, representações, etc., construindo
aquisições significativas no seu contexto social.
Ao
serem indagados sobre se os professores são preparados para trabalhar com os
materiais concretos em sala de aula, a grande maioria disseram que não, pois
durante a formação docente, o que se aprende é algo ainda muito superficial,
sendo necessário um desdobramento no caso daqueles que realmente querem fazer a
diferença em sala. Na quarta indagação, os professores escolheriam as
dificuldades de se usar os materiais concretos nas aulas de Matemática, 3 deles
elegeram como principal dificuldade a falta de materiais na escola, para 6
educadores as salas de aula muito numerosas dificulta o trabalho, 3 enfocaram a
indisciplina do aluno e para 1 educador a direção da escola não encara a
utilização desse material como importante na aprendizagem. Finalizando a
entrevista foi pedido aos professres que listagem os materiais concretos mais
utilizados por eles nas aulas de Matemática, o material dourado ficou em
primeiro lugar em menção direta, em seguida, quadro valor de lugar, ábaco e o
trangram, apareceram também tampinhas e palitos, bem como garrafas peti,
pedrinhas, etc.
Ao analisar todas
as entrevistas realizadas, chegamos à conclusão que a divulgação das qualidades
e melhorias que os materiais concretos possibilitam ao ensino é por todos de
certa forma conhecido, porém muitos dos professores não têm uma formação em
como utilizar cada material, a maneira em como abordar todos os aspectos e
características dos mesmos a fim de planejar uma aula dinâmica, isso fica
evidente na questão 1, quando professores que quase não utilizam materiais e os
que não usam materiais se justificam dizendo saber da importância do material,
que já tentou utilizar em algumas aulas, porém, não tiveram segurança nos
encaminhamentos pedagógicos para alcançar os objetivos propostos, e que a aula
deixou a desejar. Ao analisar as respostas da questão 2 percebemos uma
contradição entre aqueles que quase não utiliza e os que não utilizam, eles
demonstram saber do valor pedagógico, contudo permanecem em um estado de
incertezas e comodismo. Isso é explicado
na questão 3, ao afirmarem que os professores não tem uma boa formação em como
utilizar esses materiais.
Na questão 4 dentre
os fatores mais mencionados está as salas de aulas numerosas, o que
impossibilita um trabalho mais individualizado, segundo empatado com a falta de
materiais em grande quantidades (impedindo assim que os alunos tenham materiais
individualizados, o lado bom disso, é que o trabalho em grupo é bem valorizado,
porque por meio das trocas entre os pares, ocorre uma aprendizagem
significativa, é claro que existem momentos onde se faz necessário uma trabalho
individual), está a indisciplina generalizada em quase todas as salas, fruto da
desestrutura famíliar e social, vivenciada no século XXI. Quanto a última questão os materiais mais
citados encontra-se entre os estruturados: material dourado, QVL, ábaco e
tangram, e os não estruturados: tampinhas
de garrafa, palitos de sorvete, pedrinhas. Assim percebemos que tanto os
materiais manupuláveis voltados para o trabalho da Matemática em sala quanto os
outros têm função determinada e seu uso depende da criatividade do professor.
O fazer pedagógico
dentro desta premissa procura novos elementos de reflexão sobre a nossa proposta
político-pedagógica e acima de tudo sobre qual matemática acreditamos ser
importante para esse aluno, em suma, a organização estrutural da aula
correlacionará a matemática aprendiada em sala, com aquela vivênciada nas ruas,
ou seja, temos que fazer matemática e não apenas reproduzir algoritmos. E, para que isso, seja real no
dia- a -dia da escola, é preciso um envolvimento das crianças no processo de
aprendizagem, e a este ponto, os materiais manipuláveis é de fundamental
relevância, pois propicia a promoção ativa da participação na construção do
conhecimento em Matemática. Portanto, mediante um planejamento didático voltado
para sanar os eventuais pensamentos, onde os materias agem como passatempo, ao
serem inclusos como estratégias ou meios devem ter finalidade clara, tanto no
alcançe dos objetivos como no encaminhamento e utilização.
CONCLUSÃO
Após
todos os conceitos analisados no artigo e nas entrevistas realizadas,
concluimos que este trabalho nos possibilitou galgar uma enome experiência,
pois podemos correlacinar os princípios teóricos com os práticos, e sem sombra
de dúvida nos permitiu crescer profissionalmente.
A
experiência da pesquisa possibilitor-nos comprovar que os conceitos estudados
no curso de Pedagogia e revisto no artigo acima citado, necessitam de um maior
suporte prático de encaminhamento metodologico nas salas de aula, sejam estes
em esfera governamental em suporte financeiro na compra de materiais, ou no
cumprimento do número de alunos por sala, ou até mesmo, na formação continuada.
REFERÊNCIAS
Vertuan, Rodolfo
Eduardo. Ensino da matemática: pedagogia/Rodolfo Eduardo Vertuan. São Paulo:
Pearson prentice Hall, 2009.
Rodrigues,
Danielle Caroline. Matemática: o terror dos
alunos e o desafio a ser vencido pelos professores
Disponível em: http://www.profissaomestre.com.br/php/verMateria.php?cod=3491
Acesso em 08 Out. 2010.
segunda-feira, 18 de outubro de 2010
IMPLICAÇÕES PEDAGÓGICAS DA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR NO ENSINO FUNDAMENTAL
IMPLICAÇÕES PEDAGÓGICAS DA
EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR NO ENSINO FUNDAMENTAL
Como disciplina
curricular obrigatória o enfoque central da Educação Física Escolar recai nas
ações pedagógicas desenvolvidas nas aulas, pautadas em um eficaz planejamento
da ação pedagógica, bem como da avaliação. Na conjuntura recente das
Metodologias de Ensino, é ressaltada a importância do função do professor no
procedimento de organização dos seus programas de ensino, das ações metodológicas
que deverão implementar para provocar a
aprendizagem crítica e de qualidade. Não é distinto ao professor de
Educação Física, pois como componente curricular, a Educação Física tem os
mesmos procedimentos pedagógicos de planejamento, execução e avaliação. Sendo a
prática pedagógica é uma totalidade abrangente, o plano didático deverá elucidar
componentes como o conhecimento da realidade, a observação, a verificação e a
reflexão epistemológica para tratamento do conhecimento da motricidade humana.
Portanto, diante
deste contexto a Educação Física procura uma educação intergral do corpo, mente
e espírito, assim a descoberta da corporeidade pelas crianças confirmam a
construção de aprendizagens significativas com qualidade, utilizando o
movimento como instrumento pedagógico de desenvolvimento motor e cognitivo. Por
isso, a contextualização da prática educativa com a realidade onde esta
inserido as crianaças é de findamental importância, visto que, o trabalho desta
área de conhecimento está inserido em uma realidade com fortes componentes
históricos e sociais que perpassaram e imbutiram suas concepções na metodologia
ao longo do processo de embasamento legal e tecnológico da Educação Física. A
cultura do movimento, permite a Educação Física preparar o aluno para ser
praticante ativo e lúdico em um compartilhamento social de análise crítica de
informações oriundas da mídia. Assim os objetivos não abarcam mais uma visão
tradicional e metódica, de passos bem executados. Todavia surgi uma disciplina
que repensando seus objetivos e metodologia possibilita aos alunos uma significação
nos motivos e sentidos das práticas corporais.
Dentro deste
perspectiva o ato multidimensional do ensinar releva a importância da ação
docente, cabendo ao professor o papel de auxiliar os alunos na compreensão do
sentir e relacionar-se na cultura
corporal de movimento, pois não é foco do ensino o movimento, mas sim do homem
em movimento. Consoante, os planos didáticos de ensino em seus princípios
metodológicos precisam comportar o respeito aos diversos níveis de desenvolvimento
apresentados por cada aluno, bem como, seus
interesses, embasados na inclusão, diversidade e adequação das estratégias de ensino. Porém
quando a metodologia empregada pelo professor restringe-se a técnicas, a
atividade realizada perde seu valor no processo maior de Educação, ou seja, acaba por se constituir em prática alienada,
sem possibilitar ao aluno a tomada de consciência no seu contexto
socio-cultural.
A compreensão da
corporidade é eminente de uma prática educativa, que tem como finalidade aprender
a conhecer e a perceber, de forma permanente e contínua, seu corpo, suas
limitações, na perspectiva de superá-las, e suas potencialidades, no sentido de
desenvolvê-las, de maneira autônoma e responsável, ou seja, viver plenamente
sua corporeidade, de forma lúdica, tendo em vista a qualidade de vida, promoção
e manutenção da saúde. Segundo Le Boulch (apud Barros
e Barros, 1972) as crianças que estão na faixa etária entre 2 e 7 anos devem
ser estimuladas ao máximo em sua capacidade de criação e por isso as aulas de
educação física na escola devem basear-se no atendimento aos diversos aspectos
naturais da vida ao ar livre e na liberdade de movimentos, ou seja, expansão de
atividades espontâneas e criativas.
Outro ponto fundamental que
requer atenção especial é a avaliação do processo de ensino em Educação Física,
pois como em toda avaliação alude na ponderação de peculiaridades envolvidas no
decorrer do processo, portanto, o eixo propulsor versa: O que avaliar. Caso o
professor limite a avaliação a distribuição de uma nota, o caráter da
totalidade exercido pela mediação é nulo. Porém quando a avaliação pauta-se nas
facetas afetivas, sociais e corporais, elucidando ao avanços e desenvolvimentos
tanto no campo cognitivo, quanto motor, os objetivos revelam-se na capacidade
do sujeito construir sua aprendizagem na
mediação do professor, compreendendo e reelaborando sua motricidade, como ação
intencional.
Perante a análise e
discussão dos objetivos da educação física escolar, feitas anteriormente, a
conclusão mais importante é que realmente existe uma necessidade de se alterar o
modo como a avaliação é realizada a fim de se tirar um maior proveito do
processo ensino-aprendizagem, em todo o complexo biopsicossocial da
criança.
REFERÊNCIAS
Betti, Mauro e Zuliani,
Luis Roberto. Educação Física Escolar: Uma Proposta de Diretrizes Pedagógicas.
Disponivel em: ww3.mackenzie.br/editora/index.php/remef/article/view/1364/1067
Safons, Marisete Peralta e Pereira, Márcio de Moura. Princípios Metodológicos da Atividade Física para Idosos.Disponível em: http://www.cref7.org.br/Topicos/Publicacoes/LivroAFidosos.pdf Acesso em 10 Out. 2010.
Palafox, Gabriel Humberto Muñoz e Nazari Juliano.
Abordagens metodológicas do ensino da Educação Física escolar. Disponível em: http://www.efdeportes.com/efd112/abordagens-metodologicas-do-ensino-da-educacao-fisica-escolar.htm Acesso em 10. Out. 2010
Abordagens metodológicas do ensino da Educação Física escolar. Disponível em: http://www.efdeportes.com/efd112/abordagens-metodologicas-do-ensino-da-educacao-fisica-escolar.htm Acesso em 10. Out. 2010
domingo, 10 de outubro de 2010
INFLUÊNCIAS DA CIBERCULTURA NO LETRAMENTO
INFLUÊNCIAS DA
CIBERCULTURA NO LETRAMENTO
É inerente ao
abordar questões referentes a alfabetização no contexto do século XXI o papel desempenhado pelo letramento. Desde o
século passado diversos autores estudam a temática, ou melhor a influência, ou
ainda o compartilhamento que ambos exercem sobre o outro. Além disso,
nas escolas permanece ainda hoje a idéia de que alfabetizar seria ensinar a
decodificação das letras, ou seja, alfabetização como sendo a aquisição
do sistema de escrita adotado pelo país, limitando-se a apreensão dos códigos,
para a codificação e decodificação dos mesmos. A palavra letramento
apareceu primeiramente no livro de Mary Kato: No mundo da escrita: uma
perspectiva psicolingüística, de 1986. O estudioso Kleimam delineia letramento como sendo as práticas sociais de
leitura e escrita e os eventos em que essas práticas são postas em ação.
Tfouni resumi as
funções de cada uma quando designa o caráter individual da alfabetização e o
psicosocial do letramento. A adequação de Soares (2004) a esse respeito,
diz que a alfabetização não precede o letramento, mas os dois processos são
simultâneos, com ela que alcançamos um conceito mais atuante de
letramento, quando afirma ser o letramento o estado ou condição de quem exerce
práticas sociais de leitura e escrita de quem participa de eventos em que a
escrita é parte integrante da interação entre pessoas.
Assim, concebe-se modalidades
diferentes de letramento, ou seja, uma diversidade de enfase na caracterização
do fenômeno letramento, originário das tecnologias desenvolvidas pelo momento
atual que introduz novas percepções de práticas sociais de leitura e escrita,
por meio da comunicação eletrônica. Surgindo por esta via o
Letramento Digital, que abarca a envergadura do indivíduo replicar
adequadamente às demandas sociais que incluem a utilização dos recursos
tecnológicos e da escrita no meio digital. O letramento digital é mais que o
conhecimento técnico. Ele inclui ainda, segundo Carmo (2003), “habilidades para
construir sentido a partir de textos multimodais, isto é, textos que mesclam
palavras, elementos pictóricos e sonoros numa mesma superfície.
A cibercultura introduziu essas
mudanças na natureza do letramento, gerando maior participação na organização e
reorganização no letrar, ou seja, a
vida social tem exigido dos cidadãos a aprendizagem de procedimentos e
raciocínios específicos, sustentando a idéia de que as novas tecnologias,
principalmente o mundo do computador tem-se revelado uma grande possibilidade
de avanço ao mundo da leitura e de acesso à cultura em geral. O valor do letramento, ao ser incorporado à
tecnologia digital, significa: além do
domínio de “como” se utiliza essa tecnologia, legando a necessidade de se
apropriar do “para quê” utilizar essa tecnologia.
Portanto, diante destes pressuspostos, a
Internet desafia os sistemas educacionais tradicionais e propõem, pelo uso
constante da rede mundial de computadores, um “jeito novo de aprender”, nova forma de aprendizagem caracterizada por
ser mais dinâmica participativa, descentralizada da figura do professor, como
Lev Vigotsk pondera, agirá como mediador, pautando-se na independência, na
autonomia, nas necessidades e nos interesses imediatos de cada um dos alunos que
são usuários freqüentes das tecnologias de comunicação digital.
Dessa forma, analisamos
dois jogos eletrônicos com crianças do 1º ano, os jogos trabalham as vogais e a
separação silábica das palavras. Assim, a relevância destes jogos se encontram
no trabalho sistemático dos elementos constitutivos da linguagem, bem como a
marcação do ritmo vocabular, um aumento no poder de concentração, sendo bem adequada
a faixa etária e ao nivel de desenvolvimento infantil. Os jogos são similares a
atividades executadas com o papel, só que com uma conotação de ludicidade, o
que torna a atividade mais prazerosa para as crianças, possibilitando a análise
de processos de pensamento utilizados pelo aluno e das relações que ele
estabelece na resolução do jogo.
Nas duas situações descritas brincando com as vogais e separações de silabas
pudemos acompanhar o desenvolvimento dos
aprendizes caso ocorresse associações feitas de forma incorreta, no intuito
de avaliar a razão que ocasionou o erro e prover ajuda para a
sua correção. No
experimento, tais jogos fora submetido a crianças de 05 anos de idade. Além dos
aspectos cognitivos (acertos e erros), também foram avaliados: a facilidade de
uso da aplicação, o nível de participação e envolvimento,
o nível de empolgação dos aprendizes.
Constatamos que o software não trouxe nenhum tipo de
dificuldade de operação, porque o mesmo era
auto-explicativo, com narrações de todas as solicitações a serem desenvolvidas. Outro aspecto importante é que as crianças de hoje já
convivem com a informática no seu dia-a-dia (videogames,
televisão, computadores), estando familiarizadas com este
tipo de aplicação. Por ser uma ferramenta multimídia garantiu-se uma interação.
Levando-se em consideração a leitura do mundo
atual, as tecnologias recentes provocaram uma ruptura com as duas modalidades
de leitura anteriores – a escrita e a audiovisual. No espaço escolar, contribui para o letramento
digital que significa apresentar oportunidades para que toda a comunidade possa
utilizar as Novas Tecnologias de Informação e Comunicação como instrumentos de
leitura e escrita que estejam relacionadas às práticas educativas e com as
práticas e contextos sociais desses grupos.
Os resultados obtidos levam a
compreensão de que cada vez mais a tecnologia esta impregnada nos moldes da
educação, com os avanços das tecnologias da informação educadores buscarem mecanismos
na cibercultura, pois os mesmos tem imbutido competências que são necessária no
novo patamar de letramento oferecidos pelos memsos e desta feita ofertam
técnicas de alfabetização aliados aos jogos eletrônicos via internet, agindo tanto
como intervenção psicopedagógica com recurso facilitador a ser utilizado tanto
no diagnóstico psicopedagógico quanto como recurso para intervenção de
dificuldades.
Após todo o exposto
acima concordamos com Ramal quando coloca que o letramento digital reaproxima o
ser humano dos seus esquemas mentais, pois os processos cognitivis inerentes a
esse letramento conferi uma comunicação visual, auditiva e espacial por meio de
uma intercomunicação. A capacidade de usar as ferramentas e de interagir, no
ambiente digital permite ao indivíduo conectar-se ao mundo. Por isso, o
Letramento Digital sendo a capacidade que tem o indivíduo de responder
adequadamente às demandas sociais que envolvem a utilização dos recursos
tecnológicos e da escrita no meio digital se torna imprescindível a plena
conquista da cidadania.
REFERÊNCIAS
Oliveira, Rafaela Calixto de. LETRAMENTO DIGITAL. Disponível em:
http://www.artigos.com/artigos/humanas/letras/letramento-digital-7482/artigo/
Acesso em 1º de out. 2010.
Letramento Digital. Disponível em: http://www.universia.com.br/gestor/materia.jsp?materia=12384 Acesso em 1º. Out. 2010.
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