quarta-feira, 21 de abril de 2010

COMO SE AVALIA NO SÉCULO XXI?




                         Abordar a temática avaliação é pautar uma discussão primordialmente em torno da reflexão de todo o trabalho pedagógico realizado. Este conceito de avaliação difundido hoje, nem sempre esteve impregnado nas escolas, e muitas ainda encontram-se longe desses ideais, pois é inegável ações avaliativas restrita aos aspectos tradicionaistas.
                         Retomando um pouco da compreensão de avaliação no contexto histórico da educação, percebe-se que este processo esteve arraigado nos pensamentos burocráticos-tradicional, ou seja, esteve estreitamente unido aos aspectos normatizadores da necessidade de quantificar as aprendizagens, sendo estas expressas em uma nota. Assim as provas, ditas avaliações, concentraram –se em apenas medir, como se fosse possível lançar o conhecimento sob um metro e dar-lhe o tamanho. Com este pensamento o modo de conceber o processo avaliativo, tornou-se carregador de fios condudores de impasses gigantescos, ao verificar as aprendizagens dos alunos, não se obtinha o resultado satisfatório. Isso gerou um dos maiores problemas na educação a reprovação em massa.
                        Este grave problema tem sua origem no modo centralizador da avaliação, pelos quais foram submetidos os aprendizes, deixando de avaliar dados realmente importante para focalizar outros sem valor efetivo. Neste cenário o governo entra em cena, pois compreende que este empasse deixou de apenas ser um problema cognitivo restrito ao ensino-aprendizagem e alargou suas dimensões, vindo a ser um problema governamental. O governo diante do perfil da nova sociedade que sugira com as profundas transformações econômicas e sociais, sustentou uma nova ação no âmbito educacional, visando ampliar o curriculo escolar como uma possibilidade de crescimento produtivo nos mercados internacionais. Assim com a justificativa que a qualidade da educação ofertada era insuficiente, o governo lança a avaliação de monitoramento.
                        Ao ser dissiminado, este novo mecanismo, também chegou as escolas como mais um instrumento de centralização, pois o mesmo se limitou a aspctos e informações irrelevantes do ambiente educacional. Esta supervisão não resolveu o enorme problema instaurado na educação, e até sucitou outros. Ante a cenários controversos pelos quais passam a avaliação, a indagação maior é a mesma de anos atrás, como avaliar a aprendizagem escolar?
                         Ao analisar revisões bibliográficas vê-se que o problema do processo avaliativo encontrava-se e encontra-se hoje na visão que o professor têm deste processo, isso é notório nas entrevistas realizadas, onde ainda a avaliação é compreendida como mera observação do desempenho dos alunos diante do processo ensino-aprendizagem. Com propósito de transformar este quadro de visão pedagógica equivocada Luckesi apresenta um novo horizonte de avaliação, pautado na seguinte definição: Avaliação é o juizo de qualidade sobre dados relevantes, tendo em vista uma tomada de decisão.
                         Na avaliação seguindo a concepção luckesiana as condutas dos alunos são dados da realidade, que serão comparados com determinados padrões ideais dessas condutas, ou seja, para que a qualidade venha a ser observada, esta deve fundar-se nas condutas aprendidas e jamais nas que não foram construidas, como era no molde tradicional. Porque ao aderir este critério de eleição elimina-se todo o desenvolvimento construido pelo aluno, pois é sabido que o processo cognitivo é precedido por um intenso conjunto de pré requisitos, e que sempre há um desenvovimento em algumas das áreas do aluno.
                          Concebido este paradigma, a questão cental volta-se a tomada de decisão, do que fazer. Como intervir significativamente na situação diagnosticada? Luckesi então apresenta neste percusso três caminhos: continuar na mesma situação, introduzir modificações ou suprimir a situação.
                           Portanto, a avaliação implica explicitamente  em uma modificação da realidade e é neste ponto que a avaliação perde-se de seu verdadeiro intinerário. Na maioria das vezes os professores aderem a opção suprimir a situação como se tudo fosse muito normal, ou continuam passando conteúdo, exigindo produções, e acabam caindo no buraco de serem insignificantes na sua ação, pois é inconcebível a sucessão de objetivos se os elementares ainda estão em processo de construção, salientando que em muitos caso, o problema reside em métodos de ensino do que  lentidão cognitiva.
                          Quando o professor tem consciência que o processo avaliativo não é um mecanismo de autoridade arbritária,  roubador da permanência do aluno na escola, que se atém a quantidade ao invés de qualidade, baseados na antidemocracia que reportam a elementos irrelevantes. Mas que é um meio gerador de autonomia democrática, uma porta de reajustes, uma condição necessária para o crescimento da auto compreensão. O processo avaliativo deixa de ser unilateral e toma novas direções, portanto o erro passa a ser analisado como um caminho reflexivo revelador do quê e como avaliar, nas duas dimensões professor e aluno, visto que intriseco a avaliação está a reflexão que se destina sobre os agentes do ensino-aprendizagem professor – aluno.
                         Ao refletir sobre o aluno e seu desenvolvimento no processo avaliativo, ver-se que o fator essencial é tornar os eventuais erros observáveis aos alunos, gerando assim uma postura investigativa de auto superação. Pois errar é parte inata de todos os seres hunamos, e que este tem em si hipoteses de acertos. Tendo ciência disso, há uma quebra de muitas cadeias que aprissionaram a mentalidade de muitos professores no decorrer de anos e até séculos, que agora  aderem a atividades em grupos, escritos, orais, pictóricos, etc. Na outra ponta desta reflexão está o professor e sua prática avaliativa, se a avaliação revela dados relevantes sobre o desenvolvimento dos alunos, diz com prioridade aspectos do ensino ministrado, a fim de reorientar o trabalho pedadagógico, permitindo ao professor embasar melhor seus encaminhamentos didáticos.
                        Nesse bojo intrelaçado de questões peculiares, apresentam as situações proposta pelo professor com carater desafiador, contextualizado e sobretudo coerentes aos objetivos delineados. Nisso é observado a subjetividade de cada aluno, analizado consoante a não cair na arbitrariedade, pois como é evidente o aluno não é o que se mede por meio de notas. Isso fica bem claro nas palavras de Hadji quando diz que a avaliação é uma operação de leitura orientada da realidade, diria que cada momento pode ofertar uma leitura diferente, ou seja, é uma cuidadosa coletagem de informações diferentes que conduzem a ações distintas.
                       O desafio maior hoje da avaliação não reside em aprovar ou reprovar, medir ou não medir, mas sim em modificar o olhar do professor referente sua forma de avaliação, seus instrumentos utilizados, os pesos destinados as habilidades esperadas. Diante disso a concepção de avaliação que deve vigorar neste século, é aquela que se colocar como atuação alimentadora da intervenção pedagógica. Que fundamenta suas raízes na sistematização contínua da qualidade do conhecimento construido pelo aluno, ocorrendo durante todo processo de ensino aprendizagem. Essa também é a visão avaliativa encontrada nos PCNs que foca a reflexão permanente da prática, pois este implica primordialmente em avaliar o ensino oferecido, as dificuldades, as observações, com intuito de fazer uma educação melhor.


REFERÊNCIAS
Vagula, Edilaine. Organização e didática dos anos iniciais do ensino fundamental: pedagogia/ Edilaine Vagula, Sandra Regina dos Reis Rampazzo e marlizete Cristina B. Steinle. – São Paul: Person Prentice Hall, 2009.
Luckesi, Cipriano C. Avaliação do aluno a favor ou contra a democratização do ensino? In,; Avaliação da Aprendizagem Escolar: estudos e proposição. 2 ed. São Paulo: Cortez, 1995, p. 66-80.
Barreto, Alba Siqueira de Sá. A avaliação na educação básica entre dois modelos._Educação e Sociedade. V. 22 n. 75 Campinas ago. 2001.
Avaliação- um processo intencional e planejado. Departamento de Educação Básica Grupos de Estudos 2008. 2° encontro.                   

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