Abordar a temática
avaliação é pautar uma discussão primordialmente em torno da reflexão de todo o
trabalho pedagógico realizado. Este conceito de avaliação difundido hoje, nem
sempre esteve impregnado nas escolas, e muitas ainda encontram-se longe desses
ideais, pois é inegável ações avaliativas restrita aos aspectos tradicionaistas.
Retomando um pouco da
compreensão de avaliação no contexto histórico da educação, percebe-se que este
processo esteve arraigado nos pensamentos burocráticos-tradicional, ou seja,
esteve estreitamente unido aos aspectos normatizadores da necessidade de
quantificar as aprendizagens, sendo estas expressas em uma nota. Assim as
provas, ditas avaliações, concentraram –se em apenas medir, como se fosse
possível lançar o conhecimento sob um metro e dar-lhe o tamanho. Com este
pensamento o modo de conceber o processo avaliativo, tornou-se carregador de
fios condudores de impasses gigantescos, ao verificar as aprendizagens dos
alunos, não se obtinha o resultado satisfatório. Isso gerou um dos maiores
problemas na educação a reprovação em massa.
Este grave problema tem
sua origem no modo centralizador da avaliação, pelos quais foram submetidos os
aprendizes, deixando de avaliar dados realmente importante para focalizar
outros sem valor efetivo. Neste cenário o governo entra em cena, pois
compreende que este empasse deixou de apenas ser um problema cognitivo restrito
ao ensino-aprendizagem e alargou suas dimensões, vindo a ser um problema
governamental. O governo diante do perfil da nova sociedade que sugira com as
profundas transformações econômicas e sociais, sustentou uma nova ação no
âmbito educacional, visando ampliar o curriculo escolar como uma possibilidade
de crescimento produtivo nos mercados internacionais. Assim com a justificativa
que a qualidade da educação ofertada era insuficiente, o governo lança a avaliação
de monitoramento.
Ao ser dissiminado,
este novo mecanismo, também chegou as escolas como mais um instrumento de centralização,
pois o mesmo se limitou a aspctos e informações irrelevantes do ambiente educacional.
Esta supervisão não resolveu o enorme problema instaurado na educação, e até
sucitou outros. Ante a cenários controversos pelos quais passam a avaliação, a
indagação maior é a mesma de anos atrás, como avaliar a aprendizagem escolar?
Ao analisar revisões
bibliográficas vê-se que o problema do processo avaliativo encontrava-se e
encontra-se hoje na visão que o professor têm deste processo, isso é notório
nas entrevistas realizadas, onde ainda a avaliação é compreendida como mera
observação do desempenho dos alunos diante do processo ensino-aprendizagem. Com
propósito de transformar este quadro de visão pedagógica equivocada Luckesi
apresenta um novo horizonte de avaliação, pautado na seguinte definição: Avaliação é o juizo de qualidade sobre dados
relevantes, tendo em vista uma tomada de decisão.
Na avaliação seguindo
a concepção luckesiana as condutas dos alunos são dados da realidade, que serão
comparados com determinados padrões ideais dessas condutas, ou seja, para que a
qualidade venha a ser observada, esta deve fundar-se nas condutas aprendidas e
jamais nas que não foram construidas, como era no molde tradicional. Porque ao
aderir este critério de eleição elimina-se todo o desenvolvimento construido
pelo aluno, pois é sabido que o processo cognitivo é precedido por um intenso
conjunto de pré requisitos, e que sempre há um desenvovimento em algumas das
áreas do aluno.
Concebido este
paradigma, a questão cental volta-se a tomada de decisão, do que fazer. Como
intervir significativamente na situação diagnosticada? Luckesi então apresenta
neste percusso três caminhos: continuar na mesma situação, introduzir
modificações ou suprimir a situação.
Portanto, a avaliação implica explicitamente em uma modificação da realidade e é neste
ponto que a avaliação perde-se de seu verdadeiro intinerário. Na maioria das
vezes os professores aderem a opção suprimir a situação como se tudo fosse
muito normal, ou continuam passando conteúdo, exigindo produções, e acabam
caindo no buraco de serem insignificantes na sua ação, pois é inconcebível a
sucessão de objetivos se os elementares ainda estão em processo de construção,
salientando que em muitos caso, o problema reside em métodos de ensino do que lentidão cognitiva.
Quando o professor tem consciência que o
processo avaliativo não é um mecanismo de autoridade arbritária, roubador da permanência do aluno na escola,
que se atém a quantidade ao invés de qualidade, baseados na antidemocracia que
reportam a elementos irrelevantes. Mas que é um meio gerador de autonomia
democrática, uma porta de reajustes, uma condição necessária para o crescimento
da auto compreensão. O processo avaliativo deixa de ser unilateral e toma novas
direções, portanto o erro passa a ser analisado como um caminho reflexivo
revelador do quê e como avaliar, nas duas dimensões professor e aluno, visto
que intriseco a avaliação está a reflexão que se destina sobre os agentes do
ensino-aprendizagem professor – aluno.
Ao refletir sobre o
aluno e seu desenvolvimento no processo avaliativo, ver-se que o fator
essencial é tornar os eventuais erros observáveis aos alunos, gerando assim uma
postura investigativa de auto superação. Pois errar é parte inata de todos os
seres hunamos, e que este tem em si hipoteses de acertos. Tendo ciência disso,
há uma quebra de muitas cadeias que aprissionaram a mentalidade de muitos
professores no decorrer de anos e até séculos, que agora aderem a atividades em grupos, escritos,
orais, pictóricos, etc. Na outra ponta desta reflexão está o professor e sua
prática avaliativa, se a avaliação revela dados relevantes sobre o
desenvolvimento dos alunos, diz com prioridade aspectos do ensino ministrado, a
fim de reorientar o trabalho pedadagógico, permitindo ao professor embasar
melhor seus encaminhamentos didáticos.
Nesse bojo intrelaçado
de questões peculiares, apresentam as situações proposta pelo professor com
carater desafiador, contextualizado e sobretudo coerentes aos objetivos
delineados. Nisso é observado a subjetividade de cada aluno, analizado
consoante a não cair na arbitrariedade, pois como é evidente o aluno não é o
que se mede por meio de notas. Isso fica bem claro nas palavras de Hadji quando
diz que a avaliação é uma operação de leitura orientada da realidade, diria que
cada momento pode ofertar uma leitura diferente, ou seja, é uma cuidadosa
coletagem de informações diferentes que conduzem a ações distintas.
O
desafio maior hoje da avaliação não reside em aprovar ou reprovar, medir ou não
medir, mas sim em modificar o olhar do professor referente sua forma de
avaliação, seus instrumentos utilizados, os pesos destinados as habilidades
esperadas. Diante disso a concepção de avaliação que deve vigorar neste século,
é aquela que se colocar como atuação alimentadora da intervenção pedagógica.
Que fundamenta suas raízes na sistematização contínua da qualidade do
conhecimento construido pelo aluno, ocorrendo durante todo processo de ensino
aprendizagem. Essa também é a visão avaliativa encontrada nos PCNs que foca a
reflexão permanente da prática, pois este implica primordialmente em avaliar o
ensino oferecido, as dificuldades, as observações, com intuito de fazer uma
educação melhor.
Vagula, Edilaine.
Organização e didática dos anos iniciais do ensino fundamental: pedagogia/
Edilaine Vagula, Sandra Regina dos Reis Rampazzo e marlizete Cristina B.
Steinle. – São Paul: Person Prentice Hall, 2009.
Luckesi, Cipriano C.
Avaliação do aluno a favor ou contra a democratização do ensino? In,; Avaliação
da Aprendizagem Escolar: estudos e proposição. 2 ed. São Paulo: Cortez, 1995,
p. 66-80.
Barreto, Alba Siqueira de
Sá. A avaliação na educação básica entre dois modelos._Educação e Sociedade. V.
22 n. 75 Campinas ago. 2001.
Avaliação- um processo
intencional e planejado. Departamento de Educação Básica Grupos de Estudos
2008. 2° encontro.
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