A grande essência do
ensino, seja ele de qual for à disciplina, é contribuir energeticamente para o
desenvolvimento da autonomia do aluno. Sob este enfoque as análises dos estudos
de Piaget apresentam o desenvolvimento da criança como um processo gradativo,
este aborda temáticas que se tornam pré-requisitos da construção do conceito de
espaço, foco norteador da Geografia. Nos recortes históricos
a Geografia é delineada primitivamente como dados estratégicos, visto que, seus
pressupostos possibilitavam uma dominação territorial. Com os anos a Geografia
assume um novo patamar, passa então a ponderar os conhecimentos espaciais e
esquadrinha as relações desta área com outras. Neste sentido sua atuação
volta-se ao intercâmbio, a vivência com o ambiente natural e o construído
socialmente, ou seja, oferece uma ênfase a inter-relação entre aspectos físicos
e a sociedade.
Portanto, ante este
novo paradigma a Geografia escolar e sua abordagem metodológica ganharam novas
conotações, primeiramente, o ato de ensinar se envolve no mundo de informações,
fatos, conceitos, etc. Segundo, adere a uma objetividade maior a de formar
novos modos de pensar geograficamente, abordando as linhas da espacialidade e
da cartografia, dentro dos espaços básicos da Geografia: território (estado),
paisagem (identidade visual, natural ou social) e lugar (espaço onde se
desenvolve os vínculos diários). Neste cenário os estudos realizados por Piaget
apresentam enorme contribuição. Levando em consideração, o imperativo de uma metodologia de ensino que valorize estes
conceitos e alcance os objetivos delineados pela nova realidade, sendo assim os
estudos de Piaget oferecem subsídios de como a criança constrói seu conceito de
espaço.
Para
Jean Piaget, este conceito se inicia desde o nascimento e vai até a adolescência.
Neste aspecto é de fundamental importância que o ensino da Geografia oferecido
aos alunos das séries iniciais comece por seu espaço local, ou seja, sua
realidade vivida e percebida. Por conseguinte ao examinar e assimilar às
informações do espaço vivido, visualizando os elementos que a constitui em uma
representação gráfica bidimensional as crianças estarão adquirindo todo um
saber cientifico, que a embasara qualificadamente as suas atividades cotidianas.
Possibilitar as crianças desenvolverem sua capacidade de localização, seja de
si mesma ou de elementos em espaços cada vez mais distantes. Piaget acrescenta
que a exploração do espaço está ligada a motricidade, seu corpo torna-se a
primeira referência de localização de objetos.
Sendo
a Geografia fundamentalmente espacial, o trabalho nas series iniciais ganham
maior destaque com os temas referente às conservações espaciais, cabendo menção
especial neste bojo, a alfabetização cartográfica, o trabalho interdisciplinar
com a Geometria, o tema transversal Meio Ambiente. Com crianças usuárias,
leitoras e produtoras de mapas, representando conscientemente seu entorno.
Assim as aulas de Geografia necessitam propiciar uma educação cartográfica,
onde as crianças disponham de vários recursos visuais (desenho, mapas,
gráficos, globo, maquete, fotografia, imagens, etc.). Compreendido estes princípios
a Geografia escolar opta neste contexto atual por uma metodologia interativa,
que permita uma abordagem de conteúdos com situações significativas de
aprendizagem, ou seja, que permitam aos alunos operarem energeticamente com o
objeto de estudo, interligando o novo conhecimento com o já construído
anteriormente. Portanto, neste contexto os atrativos dinamizadores atuam como
estímulos para a escolha do melhor caminho a ser percorrido, a fim de suscitar
o mais alto nível de desenvolvimento cognitivo do aluno e sua aplicação.
A abordagem
interventiva do professor deve apóia-se em situações instigantes e
provocativas, contextualizando conteúdos em forma dialógica de questionamentos,
onde os conhecimentos prévios lançam as bases do planejamento didático com
vista a efetivar o conhecimento sistematicamente elaborado. Buscando, por esta via
resgatar a interação comunicativa entre sociedade/natureza. Por este motivo a
Geografia facilita uma abordagem interdisciplinar, pois seu ponto de partida é
a pratica social e suas interfaces no ambiente físico.
Nesta perspectiva as
aulas interativas e diversificadas de Geografia partem em sua gênese da
compreensão das transformações sociais e sua intervenção no ambiente natural,
neste aspecto é interessante oferecer recursos visuais, atividades lúdicas que
envolvam conceitos geográficos que ajam como importantíssimos mecanismos no
planejamento para analise e compreensão dos fenômenos geográficos
Essa educação eficiente
só é possível se a criança conhecer intimamente o lugar onde mora e entendê-lo,
para isso, o professor contribui com atividades de sensibilização, ativação da
capacidade observadora, coletagem de informações e sua exploração. Permitindo a
Geografia exercer seu papel de incentivar o pensamento sobre o cotidiano. Então
a criança desenvolve sua noção de espaço a partir de seu ambiente para melhor
conceber os espaços não vividos por ela, sendo capaz de ser um cidadão mais
critico, pois estará mais hábil a atuar sobre seu meio. Portanto a aplicação
dos conhecimentos à realidade local possibilita o efetivo exercício da
cidadania.
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