sexta-feira, 21 de setembro de 2012

CONTEXTUALIZANDO A DIDÁTICA NA ATUALIDADE


INTRODUÇÃO
   
                            O crescimento e a convergência do potencial tecnológico dos últimos anos e a atual conjuntura social desencadeia um processo de educação como espaço de desenvolvimento de múltiplas dimensões, valoriza os processos criativos nas relações pessoais, sociais e ambientais, Carlos Libâneo trata essa complexidade do ensino-aprendizegem em seu texto “ O essencial da didáica e o trabalho de professor-em busca de novos caminhos”.
                          E é trilhando esse trajeto que o professor liga meios pedagógicos-didáticos à objetivos sócio políticos em uma justaposição, cerne da didática, a fim de embasar melhor  as informações trazidas por Libaneo e a realidade da educação ministrada nos Anos Inicias do Ensino Fundamental realizou-se uma pesquisa com 20 professoras, as entrevistas procuraram traçar o perfil e as concepções que fudamentalizam as práticas pedagógicas realizadas por elas em sala.
                            Assim, o texto que se segue: Contextualizando a Didática na Atualidade é fruto da análise da pesquisa realizada nos Anos iniciais e dos estudos realizados por Libâneo, os resultados estão condensados e partem da premissa Didática, Ensino e Aprendizagem, Como Ensinar?

  
Contextualizando a Didática na Atualidade

                           
                           Ao tratar sobre ensino-aprendizagem, reporta-se ao modo de como se dá esse processo educativo, baseados em Libâneo que fudamenta a disciplina da Didática em conjunto de objetivos, conteúdos, métodos e formas, bem como, esse fatores se relacionam para garantir a aprendizagem significativa, tem-se uma visão das finalidades educativas. Nesse sentido, a aprendizagem será sempre o foco do professor e a melhor maneira como alcançar este alvo será uma insaciável busca, deste modo a pesquisa realizada sob forma de entrevista com professores dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental apontou evidenciais  aspectos que Libâneo destaca quanto a didática e o método de trabalho.
                            Em seu texto Libâneo caracteriza professores tradicionais, progressitas e socio-construtivistas respaldado em indicativos de cada concepção educativa, sendo que as duas primeiras indagações visavam traçar o perfil de cada profissional entrevistado buscando as caracteristicas citadas pelo autor, assim foram elaboradas as seguintes perguntas: 1. Como você realiza seu trabalho em sala de aula? 2. Seu método de trabalho se aproxima mais do tradicional ou historico-critico? Na análise desta duas questões percebe-se que mais de 50% das professoras seguem uma postura tradicionalista de trabalhar com livros, apostilas dentro de uma abordagem rígida, aulas sempre iguais, onde se passa o conteúdo e cobra-se nas provas, na famosa repetição mecânica de memorizar e decorar fórmulas e definições, cerca de 20% se contradizem em descrever sua prática em sala e denominar seu método de trabalho, este percentual mostra o quanto professores ainda não conseguem respaldar sua prática em teorias que norteiam a Educação, Aprendizagem e Ensino. As que indicaram uma postura progressista com materiais diversificados, experiências e diálogo levando em consideração as individualidades ficaram na casa de 28%  e apenas 2% apresentaram indicativos socio-construtivistas tanto ao descreverem sua prática quanto ao método, marcando sua fala nos moldes da dimensão sócio (da atividade conjunta) e construtivista (ensino da autonomia de tarefas e pensamento), agregando sentido real no ato de aprender e atuar em sociedade em um eixo norteador de autonomia e independência aos sujeitos.
                           As indagações seguintes buscavam determinar a função da escola tanto no passado quanto na atualidade diante de tantas mudanças na teia organizacional da sociedade, o que Libâneo considera como local de mediação cultural que internaliza nos sujeitos os meios cognitivos de comprender, portanto, a fim de esboçar este panorama as perguntas formuladas foram: 3. Em sua opinião qual é a função da escola? 4.Você acha que as mudanças econômicas e culturais existentes na sociedade, modificaram o papel da escola? A súmula das respostas delineou a seguinte constatação: a função da escola no decorer dos anos permanece com suas mesmas bases contudo com configurações distintas, ou seja, a escola ainda permanece com a função de formar cidadãos intelectualmente competentes e críticos, conscientes de seus direitos e deveres que saibam se posicionar  e atuar em todos os segmentos sociais. Todavia, todo esse foco central tem peculiaridades funcionais que substancia o alvo, ou seja, as mudanças sociais embutidas nos avanços da tecnologia, ampliaram as funções da escola a fatores antes considerados de ordem familiar e de qualificação profissional, cujo viés do mercado de trabalho é a competitividade,os domínios tecnológicos e uma linguagem no mínimo bilíngue. Em presença de tais fatos, têm-se na contemporaniedade a necessidade de adequar as formas de aprendizagem com estímulos de capacidades investigativas e habilidades mentais.
                           Toda essa cultura de interação ativa entre realidade e sujeito na construção de conhecimento comporta ações de aprendizagem satisfatórias legitimada em comunidade, pois ao mesmo tempo que contém elementos subjetivo, apresentam subsídios comuns e compartilhados. A fim de pautar tais conceitos a quarta indagação buscou coletar informações dos impactos positivos e negativos estas mudanças na sala de aula e na aprendizagem dos alunos: 4. Essas mudanças trouxeram impactos positivos ou negativos na forma de realização do seu trabalho? A essa pergunta todas foram unanimes em concordar que impactos positivos e negativos ocorreram no percurso de modificação, os bons frutos foram as pesquisas voltada para a área educacional que possibilitou uma melhor compreensão de como de processa a aprendizagem e permitiu compartilhar e testar teorias que ajudam a ensinar, são exemplos os estudos indicados por Libâneo nas posições inatistas, mecanicistas e construtivistas com bases piagetiana, ciência cognitiva, a sócio-construtivista e a historico-cultural, esta última prioriza o polo social e cultural no desenvolvimento do psiquismo. Desta modo, a revolução tecnologica adentrou nas escolas como veículo didático, com acesso rápido, fácil e prático a informações em recursos audio-visuais, redes sociais, etc.  Apesar disso o aspecto negativo recai no preparo aos profissionais da educação na utilização de tais recursos em sala como aporte didático da aprendizagem, falta formação continuada aplicadas as lacunas especificas: esfera digital aplicada a aprendizagem, pois o uso inadequado de tais ferramentas tem criado a famosa geração do copia e cola, visto isso afrontar o objetivo fundamental do ato de ensinar.
                            Ao citar Castells, Libâneo exprime o volume crescente de dados acessiveis na sociedade e nas redes informacionais e da necessidade de educar a juventude em valores para a construção de personalidades flexíveis e éticas, já Morin ressalta a inteligencia global que discerne o contexto vivencial. Destarte, o pensamento didático hoje aliado as tendências epistemologicas, psicocognitivas e pedagógicas apoia a formação do indivíduo dentro de uma perspectiva de aprendizagem ativa, critica, autonoma, criativa de modo interdisciplinar de conceitos articulados com representações do real  na ativação de processos complexos de pensamento e metacognição.

      CONCLUSÃO

                            A realidade educacional brasileira, numa perspectiva de organicidade, se fundamenta em conteúdos formais, estagnados em grades curriculares, que buscam justificar-se pelas implicações das práticas intervencionais, percebe-se com este quadro que a rigidez presente nas práticas cotidianas de inumeros professores dos Anos Iniciais tem sua gênese em uma organização maior, herança de séculos de uma educação burocrática.  
                           Hoje no processo educacional, o professor não é mais o eixo da ação educativa como pensava-se a anos atrás, concebe-se na contemporaneidade o educando como ser ativo procedente das experiências vivenciadas em seus múltiplos aspectos de conhecimento, tornando-se assim o centro da prática pedagógica, ao professor  cabe o papel de mediar a cultura elaborada. Em suma a aprendizagem é uma atividade dinamica e criativa, um acontecimento eminente, interpessoal e social que ocorre na mobilização mental da subjetividade e da experiência sociocultural concreta como sugere Libâneo.


REFERÊNCIAS


Libâneo, José Carlos. O essencial da didáica e o trabalho de professor-em busca de novos caminhos. Goiania. Nov. 2001.


Silva, Karla Wanessa Henrique. Teoria Geral do conhecimento. Disponivel em: http://karlawanessa.blogspot.com.br/2009/05/teoria-geral-do-conhecimento.html
 Acesso em 14. Jun. de 2012. 

Um comentário:

Rosangela Lucineia Scheuer disse...

Olá Karla!
Parabéns por este espaço rico e significativo de postagens e experiências.
Conte comigo!
Abraços e bom final de semana!
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