Olá pessoal esta postagem foi retirada de um blog muito especial O Bau de Idéias!
Alfabetização
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Dia
8 de setembro é o dia mundial da alfabetização. Alfabetizar ainda é um problema
no meio educativo, seja nas escolas públicas ou nas particulares. Como se tudo
que viesse depois dependesse dela, daí as discussões sobre o assunto. O que
viria "antes" da alfabetização? E o que virá depois? Se pensar a
alfabetização como o momento de aprender a "ler e escrever", há um
antes e um depois. Alfabetização é geralmente entendida apenas como processo de
ensinar e aprender as relações fonema e grafema, ou seja, a compreensão da
natureza alfabética da língua. Entendo a alfabetização como uma ação de
"alfabetizar letrando", portanto ao disponibilizar e abrir espaço
para a leitura e escrita na sala de aula, faço da alfabetização um instrumento
de inserção no mundo marcado pela cultura escrita onde vivem as crianças. A
questão é perceber a ação de alfabetizar letrando, não como mais um “modismo”
em educação, mas como a possibilidade de ser usuário das práticas sociais de
leitura e escrita. Segundo Soares (2003):
Dissociar alfabetização e letramento é um equívoco porque, no quadro das
atuais concepções psicológicas, lingüísticas e psicolingüísticas de leitura e
escrita, a entrada da criança (e também do adulto analfabeto) no mundo da
escrita se dá simultaneamente por esses dois processos: pela aquisição do
sistema convencional de escrita – a alfabetização, e pelo desenvolvimento de
habilidades de uso desse sistema em atividades de leitura e escrita, nas
práticas sociais que envolvem a língua escrita – o letramento. Não são
processos independentes, mas interdependentes, e indissociáveis: a alfabetização
se desenvolve no contexto de e por meio de práticas sociais de leitura e de
escrita, isto é, através de atividades de letramento, e este, por sua vez, só
pode desenvolver-se no contexto da e por meio da aprendizagem das relações
fonema-grafema, isto é, em dependência da alfabetização. A concepção
“tradicional” de alfabetização, traduzida nos métodos analíticos ou sintéticos,
tornava os dois processos independentes, a alfabetização – a aquisição do
sistema convencional de escrita, o aprender a ler como decodificação e a
escrever como codificação – precedendo o letramento – o desenvolvimento de
habilidades textuais de leitura e de escrita, o convívio com tipos e gêneros
variados de textos e de portadores de textos, a compreensão das funções da escrita
(p.12).
Lerner (2002), ajuda a refletir:
Ensinar a ler e escrever é um desafio que transcende amplamente a
alfabetização em sentido restrito. O desafio que a escola enfrenta hoje é o de
incorporar todos os alunos à cultura do escrito (...) é necessário
reconceitualizar o objeto de ensino e construí-lo tomando como referência
fundamental as práticas sociais de leitura e escrita. Pôr em cena uma versão
escolar dessas práticas, que mantenha certa fidelidade à versão social (não
escolar), requer que a escola funcione como uma microcomunidade de leitores e
escritores (p.17).
Devemos nos preocupar em dar às crianças ocasiões de aprender. A
língua escrita é muito mais que um conjunto de formas gráficas. É um modo de a
língua existir, é um objeto social, é parte de nosso patrimônio cultural
(Ferreiro, 2001, p. 103).
Para "decifrar" posso usar um método analítico (silábico, fônico) ou um método analítico (contos, palavração, sentenciação, natural), mas alfabetizar é muito mais do que conhecer um método. Nas leituras que fiz de Freire (2003) e Ferreiro (2001) percebi a alfabetização como um processo que emerge do uso das práticas sociais de leitura e escrita. Porém, a alfabetização foi percebida por muitos professores apenas como decifrar a relação fonema/grafema, tornando-se o grande entrave na rede pública de ensino.
É importante conhecer bem os métodos, pois as crianças são diferentes, têm formas diversas de aprender e construir significados. Muitas vezes, um método apenas não dá conta de atender a todas as crianças, por isso, saber como cada aluno compreende a leitura e escrita pode ajudar no planejamento dos encaminhamentos do professor. É preciso ter segurança no que se faz em sala de aula, para isso é necessário estudar, buscar, pesquisar e conhecer boas metodologias.
A sala de aula é um ambiente alfabetizador, assim como toda a escola. A maneira como é organizada reflete a postura do professor. "Espalhar coisas escritas" não garante aprendizagem, é preciso que os escritos tenham significado para a turma. Nas paredes posso observar o alfabetário, os textos trabalhados com a turma e as produções das crianças. O "canto de leitura" é um lugar na sala onde as crianças podem manusear diversos suportes de leitura, podendo ler sozinho ou em grupo. Ir à sala de leitura (biblioteca) com a professora deve ser planejado para realização de atividades voltadas à leitura e à oralidade. Os textos espalhados pela escola (cartazes, murais, avisos, cardápios, etc) também oferecem oportunidade de leitura aos alunos.
Para "decifrar" posso usar um método analítico (silábico, fônico) ou um método analítico (contos, palavração, sentenciação, natural), mas alfabetizar é muito mais do que conhecer um método. Nas leituras que fiz de Freire (2003) e Ferreiro (2001) percebi a alfabetização como um processo que emerge do uso das práticas sociais de leitura e escrita. Porém, a alfabetização foi percebida por muitos professores apenas como decifrar a relação fonema/grafema, tornando-se o grande entrave na rede pública de ensino.
É importante conhecer bem os métodos, pois as crianças são diferentes, têm formas diversas de aprender e construir significados. Muitas vezes, um método apenas não dá conta de atender a todas as crianças, por isso, saber como cada aluno compreende a leitura e escrita pode ajudar no planejamento dos encaminhamentos do professor. É preciso ter segurança no que se faz em sala de aula, para isso é necessário estudar, buscar, pesquisar e conhecer boas metodologias.
A sala de aula é um ambiente alfabetizador, assim como toda a escola. A maneira como é organizada reflete a postura do professor. "Espalhar coisas escritas" não garante aprendizagem, é preciso que os escritos tenham significado para a turma. Nas paredes posso observar o alfabetário, os textos trabalhados com a turma e as produções das crianças. O "canto de leitura" é um lugar na sala onde as crianças podem manusear diversos suportes de leitura, podendo ler sozinho ou em grupo. Ir à sala de leitura (biblioteca) com a professora deve ser planejado para realização de atividades voltadas à leitura e à oralidade. Os textos espalhados pela escola (cartazes, murais, avisos, cardápios, etc) também oferecem oportunidade de leitura aos alunos.
Algumas dicas úteis:
1) Identificar e considerar o estágio de desenvolvimento cognitivo da criança e o seu nível de evolução da escrita. Sugiro estas leituras:
2. Organizar atividades que permitam a manifestação oral e escrita da criança.
3. Propiciar o contato com variado material de leitura: livros, revistas, jornais, panfletos, convites, cartões, cartas, rótulos, bulas, receitas, instruções, etc. Pode-se ler mesmo antes de saber ler convencionalmente.
4. Ler para a criança.
5. Organizar atividades que gerem conflito cognitivo, a desequilibração e possibilitem a contrução de regras de leitura e escrita pela própria criança.
6. Estimular a escrita espontânea segundo a hipótese da criança. Muitas
7. Aprofundar os conhecimentos a partir da produção e da dificuldade das crianças. Trabalhando em grupo na escrita de textos.
8. Apresentar modelos de escrita para confronto e construção da escrita. Um exemplo de ditato para escriba.
9. Conhecer, localizar e atuar na zona proximal de cada estágio.
10. Veja aqui um exemplo de tabela sugerido pelo Guia de Planejamento e
Orientações Didáticas do programa Ler e Escrever, da secretaria municipal de
Educação de São Paulo para acompanhar o avanço do conhecimento dos alunos sobre
o sistema de escrita:
11. Nesta página você encontra os links para as apostilas e os vídeos que integram o Programa de Formação de Professores Alfabetizadores (Profa), realizado pelo Ministério da Educação (MEC), em 2001:
♥♥♥
Referências
do texto:
FERREIRO,
Emilia. Reflexões sobre alfabetização. São Paulo: Cortez, 2001.
FRANCO,
Ângela et alii. Construtivismo: uma ajuda ao professor. Belo Horizonte: Lê,
1997.
FREIRE,
Paulo. A importância do ato de ler: em três artigos que se complementam. 45.
ed. São Paulo: Cortez, 2003.
LERNER,
Delia. Ler e escrever na escola: o real, o possível e o necessário. Porto
Alegre: Artmed, 2002.
MEYER, Ivanise C. R.
Brincar & Viver: Projetos em Educação Infantil
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