INTRODUÇÃO
Recentemente a mídia tem com freqüência
exposto matérias jornalísticas com a temática homofobia; onde agressões,
xingamentos e até morte de pessoas com opções sexuais distintas da maioria da
população têm tornado-se o cúmulo do preconceito. Esse comportamento homofóbico e
de violência torna-se eixo da Conferência Nacional de Educação Básica em
relação à diversidade sexual, que busca articulação de políticas públicas
voltadas para adolescentes e jovens, objetivando garantir um direito expresso
na Constituição, contudo esse direito subjetivo tem sido prejudicado,
especialmente no ambiente escolar. A escola é um espaço privilegiado por
sua missão educativa, civilizatória e ética, e dentro desta missão de educar
surgi com ímpeto à implementação e a efetivação de ações que promovam ambientes
políticos e sociais favoráveis à garantia dos direitos humanos e da
respeitabilidade das orientações sexuais e identidade de gênero no âmbito
escolar brasileiro adequados às faixas etárias e de desenvolvimento
afetivo-cognitivo a que se destinam.
Assim, concebendo a escola como espaço
de estabelecimento de relações recíprocas de respeito, cooperação e
solidariedade exigem dela o esforço coletivo da comunidade escolar a fim de
propagar atitudes que influenciam positivamente no processo de desconstrução de
verdades pré estabelecidas quanto a diversidade sexual e ao
preconceito. Essas relações humanas e humanizadoras precisam ser
construídas, pois não surgem espontaneamente. Por um trabalho eficaz, capaz de
diminuir o preconceito à homossexualidade de modo a ultrapassar os muros da
escola, o currículo e as situações de gestão de conflitos, devem desmontar
estereótipos, veicular conhecimentos, objetivos e fomentar nos jovens a
capacidade de defender a si próprios de forma respeitosa e não violenta.
CAMPANHA NÃO CURTO HOMOFOBIA
A escola é um espaço que pode combater
práticas homofóbicas promovendo a cultura do reconhecimento da diversidade de gênero,
identidade de gênero e orientação sexual no cotidiano escolar. Tais objetivos integram
a campanha contra a homofobia referenciada no projeto
político-pedagógico da nossa instituição de ensino. Portanto, o esqueleto da
campanha está assim organizado:
Reunião com todos profissionais da organização escolar. Este momento inicial será exposto aos
funcionários a temática que será trabalhada em forma de conscientização:
homofobia. Neste espaço serão debatidos com os funcionários a realidade
preconceituosa de nossa escola, deixando aberto espaço para relatos, sugestões
e movimentos a serem seguidos a fim de fortalecer os objetivos propostos pela
Campanha. Aos fim da reunião será apresentados aos funcionários uma
ferramento de compartilhamento de informações sobre a temática, ou seja, um
mural interativo dos funcionários.
Mural interativo na sala dos
professores e cozinha. Serão disponibilizados textos, artigos, depoimentos,
cartazes, pesquisas sobre a homossexualidade e homofobia escolar, pela gestão,
professores e demais profissionais, com intuito de subsidiar a atuação
dos mesmos na esfera educacional, sendo ferramenta de diálogo administrativo de
fomentação de novas atitudes livres de preconceito e homofobia. Em
seguida, a escola apresentará a Campanha aos alunos dos anos finais do Ensino
fundamental, por meio de uma abertura formal.
Abertura da Campanha com um café da
manhã especial aos alunos do 6º ao 9º ano. A primeira
atividade da Campanha com os alunos será uma dramatização homofóbica encenada
por professores e funcionários, logo após, a gestora apresentará dados de
pesquisas e noticias sobre os altos índices de caso de homofobia, delineando a
eles os objetivos da campanha vivenciada pela comunidade escolar a partir
daquele momento. Essa abertura será encerrada com um vídeo de valorização a
diversidade sexual, sendo pedido aos alunos sugestões a serem depositado em uma
urna na entrada do salão.
Palestras bimestrais com representantes da ABGLTT (Associação Brasileira de Gays, Lésbicas Travestis e Transgêneros) e Psicólogos Espera-se das palestras um trabalho de realidade interligando as partes psicológicas de agressores e agredidos a fim de deslumbrar valores e preceitos de conscientização.
Bate-papos. Estes bates-papos serão permeados de diálogos francos e abertos e serão palcos de esclarecimentos de dúvidas, perguntas, relatos de homossexualidade em suas famílias entre os amigos, vizinhos e até colegas da escola.
Dramatizações de situações homofóbicas ocorridas na escola e debates das mesmas. Espera-se com estas atividades desenvolver o respeito por meio da reflexão crítica de ações preconceituosas que muitas vezes se concretizam no ambiente escolar.
Confecção de cartazes, folds a serem entregues anos alunos da escola e fixados nos arredores da escola. A Campanha parte do pressuposto que o combater a homofobia deve ser realidade entre todas as pessoas, por este motivo procura-se envolver a comunidade como um todo nesse processo de construção e valorização da identidade de gênero. Espera-se, portanto, criar uma via de comunicação com a localidade em prol do debate da temática homofobia.
Elaboração de avaliação de quanto somos preconceituosos onde se marcará reações em situações diversas envolvendo gays, lésbicas, etc. Esta avaliação busca demonstrar de fato o nosso índice de preconceito e homofobia por meio de uma pesquisa direta, sem identificação e somente de assinalar X nas possíveis reações tidas por nós em cada situações descrita. A análise dessas avaliações será base para a produção de gráficos a serem apresentados na escola e comunidade.
Produção de gráfico, com os dados coletados na pesquisa avaliativa Discriminação e Preconceito- o quantos somos? Esta produção visa mostrar em números reais o quanto somos preconceituosos servindo com base para os diálogos e debates vivenciados durante toda a Campanha.
Pesquisa de campo-entrevista com moradores do bairro onde a escola está localizada. Esta atividade visa perpassar os murros escolares e envolver toda comunidade na luta contra a homofobia, neste momento os moradores poderão avaliar e justificar em sua visão o momento vivenciado pela juventude atual.
1. Você acha que atualmente com o homossexualismo mais em voga na mídia está mais fácil para os jovens se assumirem?
2. Qual a importância da orientação sexual na formação do jovem?
3. Como o preconceito e a discriminação influenciam no processo de aprendizagem?
4. Quais as conseqüências da falta de apoio para um jovem homossexual?
5. Por que as meninas aceitam a homossexualidade com maior naturalidade?
6. De que forma deve acontecer a orientação sexual?
7. Você percebe que a temática está sendo naturalizada dentro dos colégios? Como a mídia influenciou e influencia nisso?
8. O preconceito que a criança ou o adolescente interferem no seu desempenho escolar? Como?
9. É perceptível que cada dia mais meninas e meninos se autodesignam bissexuais. Por que isso está acontecendo? Seria uma nova moda entre os jovens?
Criação de trilha sonora em paródias. Esta atividade visa despertar a criatividade dos educandos a fim de conectarem conhecimentos, realidade e criação em prol da defesa de liberdade sexual e contra o preconceito e discriminação.
Produto Final da Campanha será um pequeno vídeo montado pelos alunos contra a homofobia. Espera-se que no decurso letivo o ambiente escolar seja palco de vivencias harmoniosas e que no encerramento cada classe exiba o vídeo de suas construções contra a homofobia.
CONCLUSÃO
A discussão principal da campanha
pauta-se na necessidade de tratar o termo homofobia como um conjunto de
atitudes preconceituosas e compulsórias, que embasa a ideia de que a
heterossexualidade como a sexualidade natural. Cabe ao educador debater com base
na história sociológica do homossexual as novas configurações de família,
conscientizando os estudantes que os mesmos têm o direito de proteção a reações
hostis para se ver e se julgar pela sinceridade dos seus desejos, sem
preconceitos.
Assim, livres de qualquer discriminação
podemos aprender (e também ensinar) as múltiplas formas de vivenciar os afetos
e a sexualidade na atualidade. Desconstruindo por esta via o pensamento da
maioria das escolas ainda só entende uma organização familiar como heteropatriarcal,
em que há o pai, a mãe e os filhos.
REFERÊNCIAS
Lucion, Célio. Homofobia na escola
pública. Disponível em: http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/981-4.pdf Acesso em 04. Nov. 2012.
Pinheiro, Tatiana. Pesquisas indicam
que as escolas brasileiras são preconceituosas com os gays. Disponível em:
http://revistaescola.abril.com.br/crianca-e-adolescente/comportamento/sera-elas-sao-451878.shtml
Acesso em 04. Nov. 2012.
Santos, Sandro Prado. Homofobia na
escola: um início de reflexão. Disponível em: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=18085 Acesso em 04. Nov. 2012.
Unesco aprova o kit. Do G1, com
informações da Agência Estado. Disponível em: http://g1.globo.com/educacao/noticia/2011/05/projeto-de-distribuir-nas-escolas-kits-contra-homofobia-provoca-debate.html
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