Construir uma escola
democrática, permitindo a participação de todos os funcionários na melhoria da
qualidade de ensino, de acordo com a Lei de Diretrizes e
Bases da Educação Nacional – LDB e o Plano Nacional de
Educação – PNE, é função do gestor escolar. É ele
quem vai gerir os profissionais de educação para que a escola funcione e cumpra
seu maior objetivo: a aprendizagem. Mas, será que para gerir uma instituição de
ensino é preciso ter conhecimentos que vão além da Pedagogia?
De acordo com o
administrador e consultor empresarial Werner Kugelmeier, a formação ideal para
um gestor escolar é a Administração. Para ele, a escola se equipara a uma
empresa e ter conhecimentos administrativos faz toda a diferença. “É por meio
dessa formação que o profissional saberá como montar um modelo de gestão
composto por elementos básicos: objetivos, estratégias, prioridades, recursos,
pessoas, organização e, por último, monitoramento”, explicou.
A estrutura de uma
escola, segundo Kugelmeier, também poderia ser comparada a de uma empresa. “O
administrador entraria como diretor, assumindo a posição maior. Ele ficaria
responsável por gerir uma equipe de pedagogos, que assumiriam como
coordenadores pedagógicos. Ou seja, o trabalho de gerenciar seria dado a
profissionais preparados para tanto”, disse.
Ao contrário de
Kugelmeier, a pedagoga e diretora de serviços educacionais do Ético Sistema de Ensino da Editora Saraiva, Francisca Paris, acredita que a parte
administrativa é importante, mas não é tudo. “A escola é uma organização que
deve ter como fim o processo de aprendizagem. Caso essa meta não seja
alcançada, de nada valem procedimentos administrativos”, afirmou.
A pedagoga explicou
que um diretor deve ter conhecimentos básicos de administração para poder
agregar à gestão escolar qualidades empresariais. “O diretor deve saber sobre
gestão de pessoas, gestão da aprendizagem, gestão de procedimentos de formação
de educadores, processos administrativos, legislação educacional, entre
outros”, disse.
Já o professor
titular da Faculdade de Educação da Universidade de São
Paulo – FEUSP, Vitor Paro, é contra qualquer
intervenção de outro profissional na gestão escolar, que não seja a do
pedagogo. “O mais importante para dirigir uma escola é que a pessoa entenda de
Educação. A parte administrativa qualquer um consegue fazer”, afirmou.
Segundo Paro, o
diretor não tem grandes funções gerenciais. “Se a escola não funciona bem não é
porque o diretor não sabe administrar, é porque não lhe dão condições de
funcionamento”, disse. O professor acredita que gerir uma escola é
completamente diferente de gerir uma empresa.
“Um mecânico, por
exemplo, tem a matéria-prima e consegue moldá-la da maneira que quiser, porque
ela não tem vontade própria. No caso do professor, o aluno só aprende se
quiser. O educador tem que levar o aluno a querer aprender e esse trabalho não
é simples. O trabalho do educador é um trabalho singular, completamente
diferente de qualquer outro, por isso deve ser gerido de maneira própria”,
explicou Paro.
A solução, proposta
pelo professor, é a criação de uma direção colegiada. “Não existiria mais a
figura única do diretor, que passaria a dividir sua função com três ou quatro
coordenadores, dependendo da necessidade de cada escola. Esses profissionais seriam
professores da própria escola”. Os coordenadores, segundo Paro, dividiriam
funções como relacionamento com a comunidade e os professores e parte
administrativa. “Eles seriam escolhidos por uma eleição e teriam um mandato de
três ou quatro anos. Depois, voltariam a dar aulas”, disse.
Especialização
O profissional que
deseja se especializar em gestão escolar tem a opção de fazer cursos de
especialização a distância ou presenciais. O Blog Educação selecionou alguns. Confira!
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