Face à política educacional de
ampliação dos Ciclos de Formação na Rede Pública da Cidade do Rio de Janeiro, a
Câmara de Políticas Sociais Integradas à Educação, do Conselho Municipal de
Educação – CME-Rio, considerou pertinente apresentar sua contribuição ao
contexto atual da Educação da cidade.
Para tal, diversas sessões e
encontros foram realizados para apreciação de vídeos, documentos, leitura e
discussão de textos temáticos de diferentes especialistas, além das exposições
de profissionais da equipe da Secretaria Municipal de Educação da Cidade do Rio
de Janeiro - SME, responsável pela implementação e avaliação da proposta.
O documento que se segue apresenta uma
síntese dos aspectos históricos, políticos e pedagógicos que foram considerados
mais relevantes na discussão e acompanhamento dessa importante questão.
Para que se possa compreender as
políticas recentes da educação pública brasileira, é preciso reorganizar o
pensamento através do percurso educacional deste país, onde são encontrados
fatos políticos, históricos e econômicos, os quais não só determinam a forma de
organização do Estado, como também as políticas educacionais adotadas.
No
texto apresentado estão focalizados aspectos históricos e políticos, algumas
determinações legais, bem como as questões pedagógicas que envolvem as
discussões sobre a organização do Ensino Fundamental em ciclos.
1.1. Aspectos históricos
O
movimento da Escola Nova, liderado pelos reformadores da época, Anísio
Teixeira, Lourenço Filho, Fernando de Azevedo, Cecília Meireles e outros, levou
à criação da Associação Brasileira de Educação (ABE), em 1924, com o objetivo
de influir na implantação de novas políticas nesse campo2.
Em
1930, a 14 de novembro, logo no início da era Vargas, foi criado o Ministério
da Educação e Saúde. Entretanto, os intelectuais renovadores da educação não
tiveram suas propostas políticas de transformação da educação brasileira
apoiadas pelo Movimento de 30, que culminou com o período de ditadura de
Getulio Vargas e o autoritarismo do Estado Novo (1937-1945).
Apesar de pouco ouvidos pelos
governantes, os educadores brasileiros continuaram em sua luta. Do Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova3,
em 1932, ao Manifesto dos Educadores4,
, em 1959, as preocupações com a repetência, a evasão escolar e os índices
alarmantes de analfabetismo no país foram mantidas. Em 1958, foi criada a
Campanha Nacional de Erradicação do Analfabetismo (CNEA) e realizou-se o II
Congresso Nacional de Educação de Adultos. Em 1961, depois de treze anos de
lutas e de discussões, foi promulgada a Lei 4.024, que regulamentava as
diretrizes e as bases da educação nacional, para descontentamento de vários
educadores que discordavam de inúmeros de seus artigos.
Houve toda uma história de lutas por
uma escola de qualidade que atendesse aos princípios fundamentais da laicidade,
gratuidade e obrigatoriedade para todos. Nos anos seguintes, as reformas educacionais
previstas nas Leis 4.024, de 1961 (que estabelecia as diretrizes e bases da
educação nacional), 5.540, de 1968 (que fixava as normas do ensino superior) e
5.692, de 1971 (que implantou o ensino de 1º e 2º graus), sofreram críticas
severas de todos os setores, principalmente as duas últimas, por terem sido
promulgadas no período do regime militar implantado no Brasil em 1964.
Em setembro de 1956, em plena
discussão política sobre o projeto da primeira lei de diretrizes e bases da
educação nacional, que daria origem à Lei 4.024, Anísio Teixeira, durante o
Primeiro Congresso Estadual de Educação Primária, proferiu, em Ribeirão Preto
(SP), uma conferência, durante a qual fez duras críticas ao modelo de escola
primária então existente no Brasil e afirmou:
A
escola primária de seis anos, em dois ciclos,
(grifo nosso) o elementar de 4 anos e o complementar de 2, com seis horas
mínimas de dia escolar, 240 dias letivos por ano e professores e alunos de
tempo integral, isto é, proibidos os professores de acumular com a função de
ensino qualquer outra ocupação que não fosse estritamente correlata com seu
mister de professores primários, seriam os alvos a atingir, digamos, dentro de
cinco anos. (Teixeira, 1977, p.79)
Anos depois, em 1962, já após a
transferência da capital do país do Rio de Janeiro para Brasília e a criação do
Estado da Guanabara, houve uma reforma educacional de grande vulto em nossa
cidade. O Ensino Primário, organizado em quatro séries, seguido da 5ª série
(Curso de Admissão) e que dava continuidade aos estudos com mais quatro séries
do Curso Ginasial, foi ampliado para seis anos, como discursara Anísio
Teixeira, tendo o seu acesso expandido em todo o Estado da Guanabara. Dessa
forma, no sistema carioca de ensino, os alunos ingressavam aos seis anos no
nível 1 e, após seis anos de escolarização com professores primários, tinham
acesso ao nível 7, que correspondia à primeira série do Ginásio. Data dessa
época também a criação das turmas de aceleração, que, com a intenção de reduzir
a repetência e a evasão escolar, permitiam aos alunos cursarem dois níveis em
um ano letivo, a fim de alcançarem a relação correta entre a idade e o ano
escolar.
A organização escolar da Escola
Fundamental em dez anos durou até 1971, quando a Lei 5.692 determinou que o
ensino de 1º Grau seria obrigatório dos sete aos 14 anos, com oito anos de estudo. O ano de 1972 foi caótico nas
escolas do Rio de Janeiro, que tiveram que se adaptar às normas legais.
A atual Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional (Lei 9394/96) apresenta aspectos menos rigorosos e permite
aos sistemas de ensino uma organização mais flexível. Temos um avanço
educacional em relação à Lei 5.692/71, que em apenas um artigo se referia à
Educação Infantil e definia: “os sistemas de ensino velarão para que as
crianças de idade inferior a sete anos recebam convenientemente educação em
escolas maternais, jardins de infância e instituições equivalentes” (artigo 19,
§ 2º). Não havia, portanto, a explicitação do dever do Estado para com estas
crianças.
A
LDB 9.394/96 não estabelece faixa etária de escolarização obrigatória para o
Ensino Fundamental. Ele é um direito público subjetivo para qualquer cidadão,
em qualquer idade (artigo 5º). O ingresso no Ensino Fundamental será a partir
dos seis anos, como ficou determinado na emenda que alterou o texto original do
artigo 32 da LDB e a duração estabelecida pela lei atual é de nove anos, no
mínimo, com jornada escolar de “pelo menos quatro horas de trabalho efetivo em
sala de aula, sendo progressivamente ampliado o período de permanência na
escola”(artigo 34).
Quanto
à carga horária mínima anual ficou estabelecido que, tanto no Ensino
Fundamental, quanto no Ensino Médio deverá ser de “800 horas, distribuídas por
um mínimo de 200 dias de efetivo trabalho escolar, excluído o tempo destinado
aos exames finais, quando houver.”(artigo 24, I).
A
LDB 9.394/96, ao aumentar para 200 dias letivos o ano escolar do Ensino
Fundamental e do Ensino Médio, retirou nosso país da condição de um dos menores
calendários escolares do mundo. Por outro lado, é preciso enfatizar que a carga
horária mínima de 800 horas está referenciada na convenção internacional de que
a hora é medida em minutos. Uma hora corresponde, em qualquer país do planeta,
a 60 minutos. A hora-aula é uma criação do sistema educacional brasileiro,
utilizada como um módulo de medida de tempo de duração das atividades
pedagógicas desenvolvidas pelas escolas. Dentro desse raciocínio, deve-se
verificar em cada escola ou sistema escolar qual o tempo de duração da hora-aula.
Encontra-se variedade nesta duração. Há escolas em que a hora-aula é de 50
minutos e em outras é de 45 minutos.
O que a Lei determina não é que os
sistemas de ensino tenham que acabar com sua organização de horários
diversificados, criados para atender a realidades locais, mas que, ao
desenvolver as atividades escolares em módulos de 50 minutos, por exemplo, é
necessário que se calcule o número de módulos de 50 minutos que completarão as
800 horas determinadas por lei, o que dará cerca de 960 horas-aula anuais, a
serem distribuídas por, no mínimo, 200 dias letivos. Deve-se lembrar ainda que
esta carga horária não inclui os períodos de provas finais, como está bem claro
no artigo 24. Neste mesmo artigo da LDB, está determinada a “obrigatoriedade de
estudos de recuperação, de preferência paralelos ao período letivo, para os
casos de baixo rendimento escolar” (art.24, V, e).
Ainda
em relação à organização curricular, está estabelecido na LDB que na Educação
Básica, diferentemente do que estava redigido nas leis anteriores, o aluno
poderá ser classificado em qualquer ano, série ou etapa de ensino,
independentemente de comprovação de escolaridade anterior, desde que a escola
proceda a uma avaliação de seu grau de desenvolvimento escolar (artigo 24,
inciso II, alínea c). Além disso, está prescrito, neste mesmo artigo, que a
verificação do rendimento escolar poderá possibilitar tanto avanços nos cursos
e nas séries para alunos que demonstrem aprendizagem excepcional, quanto
aceleração de estudos para alunos com atraso escolar.
1.2. Aspectos políticos
Na construção do processo
democrático, os planos devem ser elaborados pelo conjunto da sociedade e pelo
poder público (nacional, estadual, municipal) fixando objetivos, diretrizes e
metas para todos os níveis e modalidades de ensino. Seu objetivo maior então é
o de garantir aos cidadãos que a educação escolar, enquanto política social,
direito de todos e dever indeclinável do Estado, seja oferecida com qualidade,
permitindo assim o acesso, a permanência e a aprendizagem escolar. Várias,
entretanto, podem ser as formas para a sua elaboração e materialidade. Deste
modo, ora são construídos de forma mais democrática - garantindo os processos
participativos; ora por comissões criadas pelo poder político. Na atual conjuntura,
vê-se como desafio a criação de estratégias que acelerem a democratização dos
conhecimentos para todas as regiões do país.
O princípio da igualdade,
determinado pela Constituição Federal, deve ser visto como justiça social, não
se confundindo com uniformidade, mas como garantia de identidade e de
atendimento às diversidades individuais, culturais, econômicas, sociais. É
preciso que não se neguem as diferenças, nem as desigualdades.
Para que se alcance a cidadania, em
que o companheirismo deve ser desenvolvido, através da solidariedade e do
diálogo, é preciso um trabalho político-pedagógico de educação integral, em que
se pratique um processo de conscientização de todos, desde a infância, tornando
os sujeitos capazes de assumir sua autodeterminação. Paulo Freire ensina que a
alfabetização não se reduz apenas à leitura de palavras, mas sim à leitura do
mundo e se realiza a partir dos alunos sobre sua capacidade de refletir acerca
de suas vivências, sua história de vida, sobre a transformação da realidade. É
o despertar da consciência, do pensamento crítico-reflexivo e da cidadania.
Assim, através do diálogo do
educador com seus educandos, dos educandos entre si, e de todos com as
realidades naturais e culturais da comunidade, as populações poderão caminhar
para a participação na construção da vida coletiva, porque o diálogo permite
chegar a termos que beneficiem a todos. A educação escolar deve estimular a
colaboração, a decisão, a participação e a responsabilidade social e política.
No caso brasileiro, os dados
estatísticos apontam para uma escola que não atende à massa de alunos que nela
ingressa. A repetência, a evasão, a distorção idade-série, as metodologias e
práticas docentes inadequadas e outros fatores têm sido apontados, em
diferentes pesquisas, como determinantes da situação alarmante do ensino
brasileiro em todos os níveis.
O futuro é construído com base nas
percepções sobre o presente e nas ações de resposta a essas percepções. As
opções adotadas hoje numa reformulação educacional só começarão a ganhar
visibilidade, no mínimo, em cinco anos, como previa Anísio Teixeira há mais de
cinqüenta anos atrás.
Além das preocupações com o
analfabetismo, a evasão, a repetência, o tempo de permanência do aluno na
escola, os currículos e os métodos pedagógicos que permeiam as discussões sobre
a escola, também se incluem nesses debates o desenvolvimento das ciências e das
tecnologias, não como elementos neutros, mas como instrumentos do processo de
desenvolvimento humano e de acumulação de conhecimento e de possibilidades de
um futuro mais democrático. Por exemplo, os professores não ignoram a Internet,
nem as novas tecnologias. Elas, porém, precisam ser incorporadas com
competência à rotina das escolas e à formação dos professores, para que todos
os profissionais do magistério e seus alunos sejam incluídos no mundo digital.
1.3. Aspectos pedagógicos
Uma
inovação no sistema educacional brasileiro trazido pela LDB em relação à
Educação Básica é a possibilidade de sua organização “em séries anuais, períodos
semestrais, ciclos, alternância regular de períodos de estudos, grupos
não-seriados, com base na idade, na competência e em outros critérios, ou por
forma diversa de organização, sempre que o interesse do processo de
aprendizagem, assim o recomendar”.(artigo 23).
A
organização em ciclos não é uma novidade no sistema educacional brasileiro. O
município de Porto Alegre (RS), desde 1995, tem suas escolas organizadas por
ciclos de formação. Isso se deu após debates na rede municipal de ensino, que
tiveram como marco a Constituinte Escolar da Secretaria Municipal de Educação
(SMED), em 1994. Estes debates integraram o Congresso da Cidade (um dos espaços
de participação popular da capital gaúcha e da qual participaram pais, alunos,
funcionários e professores de todas as escolas) que tinha como questão
norteadora: “a escola que temos e a escola que queremos”. As turmas de cada
ciclo são organizadas por idade que correspondem à infância (6-8 anos),
pré-adolescência (9-11 anos) e adolescência (12-14 anos).
A
mesma situação ocorre em Belo Horizonte (MG), onde a implementação da Escola
Plural, a partir de 1995, trouxe para a cidade a real possibilidade de
concretizar a construção cotidiana de uma escola pública, inclusiva e de
qualidade. A Escola Plural traz também a organização baseada em três ciclos,
com a mesma distribuição de faixas etárias da Escola Cidadã de Porto Alegre.
A
idéia de ciclo de formação é fundamental para o entendimento da proposta
pedagógica da Escola Plural, pois incorpora a concepção de formação global do
educando a partir da diversidade e dos ritmos diferenciados no processo
educativo. A escola cria espaços de experiências variadas, oportunidades para a
construção da autonomia e da produção de conhecimentos sobre a realidade. Para
o professor, o ciclo favorece o tempo maior para o desenvolvimento do processo
de ensino-aprendizagem, trabalhando coletivamente com os demais professores e
com o acompanhamento de grupos de alunos por mais de um ano.
O
Professor Miguel Arroyo, que foi o implementador da proposta da Escola Plural,
quando foi Sub-Secretário de Educação, deu recentemente uma entrevista à Revista Criança, publicação do
Ministério da Educação dedicada aos professores de Educação Infantil, na qual
ele relata suas idéias e propostas para a educação brasileira e faz referências
a sua experiência com a Escola Plural:
“Se
hoje as camadas populares e sua infância vivem realidades tão negativas, elas
têm que ter ações afirmativas. (...) O ideal é entender que a infância penetra
no ensino fundamental. Ela vai até os 9 anos, no mínimo. (...) O ciclo da
infância no ensino fundamental era até os 8 anos. (...) mas, veja, o que nós
fizemos foi acabar com as séries. Então você não estava incluindo a criança de
6 anos na 1ª série. Nós a inserimos no ciclo da infância (...) ...respeitar a
infância como infância e a pré-adolescência como pré-adolescência.”(MEC, 2006,
p. 3-7).
Vale salientar que a implantação de
outros programas de ciclos de formação aconteceu simultaneamente à Escola
Plural e à Escola Cidadã, entre elas a Escola Candanga, de Brasília e a Escola
Participativa, de Ipatinga (MG), que têm em comum o princípio da garantia do
direito à educação e de uma proposta comprometida com a aprendizagem dos
alunos. No momento atual, principalmente após a LDB, muitos outros sistemas
educacionais brasileiros aderiram à organização por ciclos de formação, por
terem constatado que esta forma de atendimento ao alunado contribui para
melhoria do trabalho escolar e facilita a interdisciplinaridade no processo ensino-aprendizagem.
2. A
Implantação dos Ciclos de Formação na Cidade do Rio de Janeiro
2.1. Uma nova organização de escola
No ano de 1999, a Secretaria Municipal de
Educação do Rio de Janeiro – SME -definiu como prioridade discutir com a Rede
Pública a implantação do Ciclo de Alfabetização5. A grande meta era
a universalização do acesso dos alunos a esse período de formação e a garantia
do sucesso de todos, desde o início da escolaridade.
O Ciclo de Alfabetização tinha como objetivo propiciar
maiores oportunidades de escolarização dos alunos, com um trabalho não
fragmentado, dando continuidade ao processo de alfabetização durante um período
de três anos. Foram traçados objetivos gerais para o ciclo e específicos para
cada ano. Os alunos, no entanto, não ficariam retidos, caso não alcançassem os
objetivos previstos.
A
concepção básica era recuperar o conceito de que a aprendizagem se dá de forma
contínua, sem interrupções, evitando um processo de fragmentação no ensino.
Várias ações foram desenvolvidas para estruturar a proposta: consultorias,
palestras, e programas de TV elaborados pela SME, em parceria com a Multirio.
Em dezembro de 1999, foi publicada a Portaria E/DGED nº
12 para a implantação do 1º Ciclo de Formação, que determinava a formação das turmas
dos alunos de seis a oito anos, por faixa etária. Para os alunos com mais de
oito anos de idade com defasagem idade-escolarização foram oferecidos os
Programas de Aceleração da Aprendizagem I e II.
No
ano de 2000, foi encaminhado a todas as escolas um documento6 em que
era proposta uma reflexão sobre a nova organização do tempo, do espaço social e
das experiências curriculares. A intenção era que fosse discutida a
fragmentação do processo ensino-aprendizagem na seriação, e houvesse a
substituição por um trabalho contínuo previsto no Ciclo de Formação, para
possibilitar ao aluno a consolidação do processo de leitura e da escrita, os
conceitos básicos matemáticos, a compreensão da realidade social e do mundo
natural, das artes, da cultura e das ciências.
Para
atender a essas mudanças curriculares, a SME estabeleceu novas diretrizes7
para a avaliação do processo de desenvolvimento e aprendizagem dos alunos da
rede. A avaliação deveria ser contínua e subsidiar os professores com
diagnósticos significativos, levando em conta o desenvolvimento real e
potencial dos alunos. A avaliação deveria abranger diversos saberes,
conhecimentos, práticas e habilidades. Nesta perspectiva, os instrumentos de
avaliação deveriam contemplar o processo de cada aluno e da turma como um todo.
Para isso, os professores deveriam registrar o desenvolvimento dos alunos em um
“Relatório Individual” e em um “Relatório Síntese da Turma”, abrangendo o
conjunto de conhecimentos do Núcleo Curricular Básico Multieducação (RIO DE
JANEIRO/SME, 1996).
A
recuperação paralela foi proposta para os alunos que demonstrassem necessidade
de ajuda constante e aqueles com dificuldades na construção de conceitos e
valores, sob a responsabilidade do professor regente da turma e a colaboração
dos demais professores da unidade escolar, inclusive os das salas de leitura,
da coordenação pedagógica e da direção.
A
Secretaria Municipal de Educação optou por implantar na Rede, de forma
gradativa, o sistema ciclado, o que representou adotar, no ano de 2000, apenas
o 1º Ciclo de Formação. Por ser uma proposta inovadora, ocasionou, como já
esperado, muitas dúvidas entre os professores, as quais foram registradas em
relatórios enviados ao E/DGED, e posteriormente analisados pela equipe que
assumiu o Departamento, no início de 2001.
A
Portaria E/DGED nº 14 de janeiro de 2001 normalizou uma nova forma de
enturmação e criou as Classes de Progressão para os alunos que ainda
necessitavam construir os conceitos, habilidades e valores relativos à
apropriação da leitura e da escrita8. A expectativa das Classes de
Progressão era reconduzir o fluxo escolar dos alunos, dando-lhes a
possibilidade de serem incluídos na 3ª série ou no Programa de Aceleração da
Aprendizagem II. Foi mantido o Programa de Aceleração da Aprendizagem II para
os alunos com 11 anos ou mais que cursaram o Programa de Aceleração da
Aprendizagem I e foram reprovados.
No
período de maio a junho de 2001, foram promovidos pela equipe de Direção do
Gabinete do E/DGED 20 encontros, envolvendo todas as Coordenadorias Regionais
de Educação, sendo ouvidos 4.115 professores regentes do 1º Ciclo de Formação
que apontaram suas demandas, críticas e sugestões para melhoria da prática
pedagógica. A partir dessa escuta do campo, sentiu-se a necessidade da criação
da Comissão de Professores da Rede Pública Municipal de Ensino do Rio de
Janeiro e a mudança de critérios de enturmação para o ano de 2002.
Os
encontros com a Comissão de Professores propiciaram muitas reflexões. Os
regentes apontaram um número significativo de alunos do 1º Ciclo de Formação
com necessidade de um apoio mais específico em seu processo de
ensino-aprendizagem, sendo, então, instituído o Professor de Apoio Pedagógico9.
O objetivo era possibilitar a apropriação do processo de leitura e escrita por todos
os alunos do Ciclo.
Em
2002, a Portaria E/DGED nº 15 reformulou a organização das turmas, mantendo,
entretanto, a mesma concepção de avaliação, permanecendo os indicadores da
Resolução 684/2000.
No
ano seguinte, 2003, a partir de estudos e discussão com a representatividade
dos professores, uma nova Resolução de Avaliação foi encaminhada à Rede10,
que passava a expressar o desenvolvimento dos alunos pelos conceitos I
(insuficiente), R (regular), B (bom) MB (muito bom) e O (ótimo).
A
organização das turmas foi definida pela Portaria E/DGED nº 21 de 2003, e
mantida para os anos seguintes pela Portaria E/DGED nº 25 de 2004. O 1º Ciclo
de Formação ficou, então, organizado em três períodos: inicial, intermediário e final, para os
alunos de seis a oito anos. As Turmas de Progressão, por sua vez, se destinavam
aos alunos de nove anos ou mais de matrícula inicial, ou que necessitassem
consolidar o processo de leitura e escrita.
A
formação continuada dos professores da Rede mereceu a atenção da SME, desde o
início da implantação do Ciclo de Formação, tendo sido realizados inúmeros
encontros, palestras, seminários e cursos, bem como diversas publicações11
sobre Ciclos de Formação. Além desses, a
Multirio produziu 15 programas “Nós da Escola”, com o tema Ciclo de Formação,
além do Portal Multirio.
Além
das ações de formação continuada já apresentadas, o Departamento Geral de
Educação (E/DGED/SME) investiu, de forma incisiva, na formação da Rede, ao
promover, no ano de 2006, o curso "Ciclos de Formação", com a
consultoria e orientação da Professora Dra. Elvira Lima, para cerca de 12.000
professores; destes, 7000 eram regentes do Ensino Fundamental. Foram discutidos
na referida capacitação, os eixos fundamentais de uma escola organizada em
ciclos, definida pela política educacional da Cidade do Rio de Janeiro, que
incluem gestão, currículo, avaliação, continuidade educativa, formação de
coletivos e formação do educador.
2.2. A ampliação dos Ciclos de Formação
A
partir das opiniões e das sugestões desses professores que, no ano de 2006,
participaram do curso “Ciclos de Formação”, a SME desenvolveu discussões sobre
a necessidade de ampliação da organização em ciclos para o Ensino Fundamental,
bem como, sobre seus eixos norteadores.
Dessa
forma, houve a ampliação do Ciclo de Formação no Ensino Fundamental da Cidade
do Rio de Janeiro - três ciclos - cada um com três anos de duração,
contemplando os nove anos de escolarização determinados pela Lei 9394/96.
Os
eixos fundamentais de uma escola organizada em ciclos, conforme concebida pela
Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro, serão apresentados a
seguir.
a)
Gestão - O gestor de uma escola organizada em ciclos deve privilegiar a
ação educativa; neste sentido, as questões administrativas assumem, também, uma
dimensão político-pedagógica. É por meio da Gestão que serão definidos e
organizados o tempo e o espaço na escola, concretizando as condições
necessárias para o desenvolvimento humano e todas as aprendizagens que os
alunos necessitam realizar. Sendo assim, ao gestor cabe criar espaços de
tomadas de decisões e de iniciativa ampla para o coletivo dos diferentes
segmentos da comunidade, articular a elaboração do projeto político-pedagógico
e desenvolver uma gestão democrática que promova a articulação de toda a
comunidade escolar para um projeto único de escola.
b)
Currículo - A atualização do Núcleo
Curricular Básico Multieducação (RIO DE JANEIRO/SME, 1996) teve inicio em
2001, sendo concretizada em 2005, com a publicação de oito fascículos, e com
previsão de mais 10, em 2007. Esta proposta curricular parte do universo
cultural dos alunos, integrando-o aos conhecimentos constituídos
historicamente. Nesta perspectiva, a reorganização do tempo e do espaço está
diretamente articulada à elaboração coletiva do currículo e às estratégias de
sua efetivação, propiciando, assim, a integração dos aspectos afetivo, social,
cognitivo, psicomotor, ético, estético e cultural.
c)
Avaliação contínua - A avaliação, em qualquer modelo educacional, está
diretamente ligada à concepção de escola enquanto instituição social Na atual
proposta permanece a avaliação formal (provas e trabalhos), complementada pela
avaliação informal (sócio-afetiva). É fundamental também que sejam consideradas
ações complementares, tais como recuperação paralela, monitoria, reagrupamentos
e outras atividades, visando ao acompanhamento efetivo do processo de
desenvolvimento e aprendizagem de cada aluno. É importante ressaltar que em uma
escola organizada em ciclos, a avaliação não pode estar centrada somente no
desempenho do aluno; abrange toda a escola e tem como objetivo a reorganização
da prática pedagógica. Ao se propor o acompanhamento do desenvolvimento e
aprendizagem do aluno, a avaliação deve apontar para a elaboração de
estratégias e instrumentos de registros que expressem o que e como cada aluno
vem aprendendo - informações essenciais para que o professor possa intervir no
processo ensino-aprendizagem, revendo sua prática e replanejando, quando
necessário..
d)
Continuidade Educativa - O Ciclo de Formação implica a reorganização do
tempo e do espaço escolares. A formação de conceitos deve ocorrer de forma
contínua e crescente, aumentando-se o grau de complexidade, de acordo com a
aprendizagem e o desenvolvimento do aluno. Esta proposta contrasta diretamente
com o regime seriado, onde os conteúdos curriculares de cada série são
pré-estabelecidos. Para tal, os professores precisam estar organizados e
articulados de forma integrada, a partir de uma mesma proposta curricular. É na
flexibilização do tempo e do espaço na escola e na sala de aula particularmente
que se observa a concretude da continuidade educativa.
e)
Formação de coletivos - No ambiente escolar, a ética, o respeito e a
solidariedade devem ser princípios básicos inquestionáveis. Nesta nova
concepção, passa a ser igualmente bastante valorizado o trabalho coletivo. Em
outras palavras, a responsabilidade pela aprendizagem do aluno é compartilhada
pelo grupo de professores e não apenas pelo professor regente da turma. O
planejamento e as demais ações que envolvem a prática pedagógica precisam ter a
participação dos profissionais de toda a escola, cujo objetivo é a melhoria da
qualidade do processo ensino-aprendizagem.
f)
Formação do educador - O Ciclo de Formação privilegia a concepção não só
do aluno, mas também do professor, como ser humano em desenvolvimento.
Principal agente mediador do processo ensino-aprendizagem, o professor precisa
considerar os saberes pedagógicos que já possui, refletir sobre o seu fazer,
compartilhar suas experiências e buscar novos conhecimentos.
Em
2007, a Secretaria Municipal de Educação
ampliou o Ciclo de Formação para todo o Ensino Fundamental. No que se refere à
estruturação das turmas, tomou, como referencial, as fases do desenvolvimento
humano:
·
1º Ciclo de
Formação: infância (seis a oito anos)
·
2º Ciclo de
Formação: pré-adolescência (9 a 11 anos)
·
3º Ciclo de
Formação: adolescência (12 a 14 anos)
Para os adolescentes, com 14 e 15 anos, oriundos
das turmas de Progressão e que ainda não consolidaram o processo de leitura e
escrita, foi criado o “Projeto Adolescentes”, coordenado pela Diretoria de
Ensino Fundamental do E/DGED, em parceria com as Divisões de Educação das
Coordenadorias Regionais. Este projeto estabelece atendimento aos alunos em
horário integral, com atividades culturais e de apoio à aprendizagem, além da
formação continuada para os professores e acompanhamento efetivo do Nível
Central da SME e do Nível Intermediário – as Coordenadorias Regionais de
Educação (CREs).
Outras estratégias para a
estruturação das turmas foram elaboradas com o objetivo de atender aos alunos
que apresentam defasagem escolaridade-faixa etária, possibilitando a adequação
pedagógica às necessidades educacionais desse grupamento de educandos. Entre
essas se destacam a recuperação paralela, o apoio pedagógico, o reagrupamento.
Recuperação paralela - A
recuperação paralela é um mecanismo de apoio determinado pela própria LDB,
dirigida aos alunos que apresentem dificuldades ou que tenham ingressado
tardiamente na escola. Cabe ao professor regente a orientação específica,
adequada às necessidades educacionais de cada aluno, possibilitando, através de
novos caminhos pedagógicos, novas estratégias com o objetivo de repensar os
conhecimentos e experiências vivenciadas pelo alunado.
Apoio pedagógico - Caso
persistam as dificuldades de aprendizagem, o aluno poderá ser atendido pelo
professor de apoio pedagógico que trabalhará em conjunto com o professor
regente, tanto na elaboração do planejamento e realização de atividades, quanto
no processo avaliativo.
Reagrupamento
- A partir do mapeamento das habilidades de professores e alunos e do
levantamento das necessidades educacionais destes últimos, a escola deverá
realizar, o reagrupamento de seus alunos. Esta ação pressupõe um trabalho
coletivo, em que todos os professores são responsáveis pela aprendizagem de
todos os alunos. Atividades diversificadas e específicas para cada grupamento
deverão possibilitar a inclusão e o desenvolvimento de todos.
Centros
de Estudos - Os Centros de
Estudos, tanto para alunos, como para professores, se constituem em espaços
privilegiados da aprendizagem coletiva no sistema ciclado.
No
CEST (Centro de Estudos para os alunos), os educandos são orientados por um
professor lotado na escola, com liderança junto a professores e alunos, que
incentivará a aprendizagem e a autonomia nos alunos com os quais interage. O
CEST deverá ocorrer semanalmente. Algumas das competências e habilidades a
serem desenvolvidas no CEST são:
·
consultas e pesquisas em dicionários,
livros, Atlas, jornais, revistas, internet, vídeos e outros recursos;
·
trabalhos e estudos em equipe;
·
atividades que auxiliem no processo de
formação de conceitos
·
outras atividades com objetivos
semelhantes.
O
Centro de Estudos para professores (CE) se constitui, também, em mais um espaço
coletivo de formação continuada para todos os profissionais da Rede. Para tal,
foi instituído um dia comum -- quarta-feira -- destinado à formação e
crescimento profissional dos professores. Sua finalidade é, portanto,
implementar na Rede espaços integrados de estudo e discussão, para que se
alcance excelência no ensino público: acesso, permanência e o desenvolvimento
integral de todos os alunos, no período de nove anos.
Centros
de Estudos bem planejados contribuirão para a formação continuada dos
professores, levando-os à utilização de metodologias adequadas aos alunos de
cada turma do Ciclo, favorecendo maior conhecimento da realidade sócio-cultural
da comunidade escolar e melhor utilização dos recursos didáticos.
Vale
ressaltar que os Centros de Estudos não são novidade em nossas escolas. São
incontáveis as experiências bem sucedidas relatadas não só em seminários e
congressos, como em depoimentos apresentados para concorrer ao Prêmio Anísio
Teixeira, organizado pela Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro ou
nos antigos concursos instituídos pelo MEC - Prêmio Incentivo à Educação
Fundamental e Prêmio Qualidade na Educação Infantil, atualmente unificados no
Prêmio Professores do Brasil, nos quais temos tido professores da cidade do Rio
de Janeiro entre os finalistas.
2.3 O projeto pedagógico das escolas
organizadas em Ciclos de Formação
A
LDB situa os estabelecimentos de ensino e os profissionais da educação como
responsáveis pela elaboração de seu projeto de escola, cabendo informar à sua
comunidade sobre a execução de sua proposta pedagógica, conforme registram os
artigos 12, 13 e 1412. Nas escolas organizadas em Ciclos de
Formação, a elaboração e a avaliação constante do projeto político-pedagógico
se fazem ainda mais necessária.
É
muito importante reconhecermos que o projeto pedagógico redimensiona a
importância dos Ciclos de Formação e de seus profissionais, cabendo ao sistema
de ensino assumir o papel de coordenação, apoio e incentivo às escolas, como
tem sido feito pelas equipes da Secretaria Municipal de Educação e das
Coordenadorias Regionais de Educação (CRE).
Entretanto, ainda se verifica que muitas unidades
escolares não compreenderam a relevância e a responsabilidade com a elaboração do
projeto político-pedagógico, fazendo com que não se consiga assegurar a gestão
democrática na escola. Na organização em Ciclos, é fundamental a participação
de toda a comunidade escolar para que seja expressa a vontade coletiva e se
assegurem os princípios democráticos em todas as escolas.
O
aspecto administrativo do projeto político-pedagógico de uma escola organizada
em ciclos inclui as normas de funcionamento; a divisão de tarefas pelo corpo
docente de cada Ciclo e pelos servidores técnico-administrativos; o
planejamento dos horários das atividades da escola; o controle financeiro e a
aplicação dos recursos obtidos, a organização de arquivos e documentos de
alunos, professores e funcionários e o regimento interno da escola. Este
aspecto é completado pela dimensão jurídica, que deverá nortear as decisões
finais da equipe escolar. A legislação pertinente ao campo educacional (leis,
decretos, pareceres, resoluções, deliberações) tanto a federal, como a estadual
e municipal não pode ser esquecida ao elaborarmos um projeto pedagógico.
Quanto
ao aspecto comunitário, é ele que vai dar a identidade da escola. É através
dele que os pais, os alunos, os ex-alunos, os servidores, a comunidade do
entorno da escola serão chamados a participar, a opinar, a avaliar as
atividades desenvolvidas no cotidiano escolar. É preciso lembrar, que a escola
organizada em ciclos deve garantir a existência de grêmios, associações de pais e mestres, “clubes de mães” e outros grupos
representativos da sociedade, possibilitando a participação de todos, a fim de
que se sintam co-responsáveis pelo seu projeto político-pedagógico.
Sob
o aspecto pedagógico, deverão ser levantadas as demandas da comunidade escolar,
o perfil dos professores da escola, o diagnóstico do desempenho dos alunos nos
anos anteriores e as condições educacionais que a escola oferece (laboratórios,
salas de leitura, equipamentos, quadras, auditório, refeitório, oficinas etc).
A partir destes levantamentos, e com a visão de homem e sociedade que queremos,
será possível traçar as metas a serem alcançadas e os objetivos que deverão
orientar os planos de trabalho de cada professor.
Para
que o projeto pedagógico da escola organizada em ciclos seja desenvolvido
plenamente, é necessário que os professores que nela atuam tenham um diálogo
franco e freqüente sobre suas experiências pedagógicas, suas dificuldades e
observações registradas sobre cada aluno. É preciso uma avaliação freqüente do
corpo docente sobre o desenvolvimento do projeto político-pedagógico. Daí, a
importância da realização dos Centros de Estudos.
3. Considerações Finais
A
escola do século XXI deve levar em consideração diferentes saberes,
experiências e propostas pedagógicas para consolidar uma educação voltada para
a diversidade e inclusão social. Na medida em que se pensa uma escola
organizada em ciclos, uma escola que se proponha, de forma flexível, atender à
pluralidade de seu alunado, alguns aspectos tornam-se ainda mais relevantes.
Com o objetivo de atender às necessidades educacionais de todos os alunos,
ampliando seus conhecimentos, oferecendo respostas educacionais adequadas às
suas necessidades, a escola organizada em ciclos precisará rever as ações
empreendidas, buscando atividades alternativas e novas metodologias de ensino.
Esta
escola, ao elaborar o projeto político-pedagógico deve considerar as
características sócio-culturais e individuais dos alunos, a partir de sua
identidade, bem como a avaliação realizada pela equipe técnico-pedagógica da
escola e o resgate dos conhecimentos historicamente construídos.
O
currículo deve apresentar conhecimentos contextualizados e em consonância com o
mundo atual. O uso de metodologias adequadas para atender às especificidades do
alunado e a interação permanente da equipe escolar com a família e a comunidade
propiciarão aos alunos a percepção crítica da realidade e favorecerão a
aprendizagem.
A
avaliação deve ser contínua e processual, constituindo-se um referencial para o
replanejamento pedagógico. Ou seja, o enfoque dado à avaliação - incluindo
relatórios sobre a trajetória escolar de cada aluno - deverá permitir a
consolidação do processo ensino-aprendizagem, assim como a percepção das
dificuldades existentes, a fim de que a escola realize o atendimento específico
a cada aluno e que todos obtenham os resultados desejados.
Finalmente, torna-se necessário reiterar a importância
dos Centros de Estudos, nas quais o corpo docente poderá planejar e rever suas
ações, a partir das experiências vivenciadas individualmente ou pelo grupo. É
importante enfatizar que, na escola organizada em ciclos, a gestão democrática,
a atualização contínua dos profissionais da educação e, principalmente, o
trabalho coletivo possibilitarão a aprendizagem de todos os alunos e a
construção de uma escola cidadã.
Como
registrado em uma publicação do Conselho Municipal de Educação do Rio de
Janeiro:
“Não
se pode conceber uma escola do século XXI alheia ao diálogo, à informação e à
troca de experiências. A participação democrática e contínua, no dia a dia da
escola, e na elaboração e acompanhamento do Projeto Político-Pedagógico reflete
a necessidade de uma atuação vigorosa e significativa de professores, pais,
associação de moradores, organizações não governamentais, alunos, bem como dos
conselhos organizados”.(CME-Rio, 2004, p.14)
[1]Aprovado
como indicativo pela plenária do Conselho Municipal de Educação do Rio de
Janeiro, em 29 de maio de 2007.
Referências Bibliográficas
BRASIL,
PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA. Lei 5692, de 11
de novembro de 1971. Fixa Diretrizes e Bases para o Ensino de 1º e 2º
Graus. Publicada no DOU de 12 de agosto de 1971.
BRASIL,
PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA. Lei 9394, de 20
de dezembro de 1996. Estabelece as Diretrizes e as Bases da Educação Nacional. Publicada no DOU de 23
de dezembro de 1996.
BRASIL.
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Imagens quebradas: (entrevista do Professor Miguel
Arroyo a Adriano Guerra). Revista do
Professor de Educação Infantil Brasília: MEC, nº 41, nov. 2006.
CONSELHO
MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DO RIO DE JANEIRO / CÂMARA DE POLÍTICAS SOCIAIS. O
pensar pedagógico – reflexões (caderno I: elementos essenciais para a
construção de uma escola democrática de qualidade. Rio de Janeiro: CME-Rio,
2004 (Caderno I)).
RIO
DE JANEIRO. SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO. Núcleo Curricular Básico Multieducação. Rio de Janeiro: SME, 1996.
TEIXEIRA,
Anisio. Educação não é privilégio.
São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1977.
Um comentário:
Oi.Encontrei o seu blog quando procurava esse texto no google. Você sabe dizer como encontro esse texto? Parabéns pelo blog. Att. Bruno Rossato
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