As brincadeiras são
ferramentas indispensáveis quando se fala em lúdico, trazem para as pessoas uma
visão diferente do mundo, facilitando a criatividade e a independência,
estimulando a imaginação e a forma com que as crianças se expressam. E
importante ressaltar que são maneiras de ensinar a elas as regras de convívio
social. De acordo com Oliveira (2007)
A brincadeira permite a
construção de novas possibilidades de ação e formas inéditas de arranjar os
elementos do ambiente. Os objetos manipulados na brincadeira, especialmente,
são usados de modo simbólico, como um substituto para outros, por intermédio de
gestos imitativos reprodutores das posturas, expressões e verbalizações que
ocorrem no ambiente da criança.
É teoria correta que as
crianças aprendem brincando, assim como também não resta dúvidas de que elas
sejam consciente ou inconscientemente com todo e qualquer tipo de experiência.
Contudo, há uma delicada diferença sobre a natureza da aprendizagem ao longo do
desenvolvimento infantil. Nesse sentido Antunes (2003) leciona:
As crianças até três anos de
idade, quando jogam, não percebem nessa ação qualquer diferença com o que os
adultos consideram trabalho. Vivem a fase que Piaget chamava de anomia e, dessa
forma, não podem compreender regras. Assim adoram ajudar a mãe a varrer a casa
ou fazer bolos não porque exista valor ou utilidade nessas ações, mas porque
são essas atividades interessantes e divertidas. Essa forma de pensar,
entretanto, modifica-se e já a partir dos quatro a cinco anos é que buscam
benefícios através do jogo, mesmo que estes sejam à elogio por sua ação. A
partir dessa idade, como Piaget sugere, o jogo pode contribuir para desenvolver
formas mais complexas de pensamento na medida em que são levadas a se
empenharem em refletir sobre seu procedimento.
Para este mesmo autor, por
esse motivo é que o jogo deve ser seguido de uma reflexão acerca de suas
regras, acerca do que é ou não permitido para as pessoas que dele estão
participando. É nesse ínterim que se insere a figura do educador infantil, que
se transforma num elo entre a brincadeira e o seu significado, não perdendo a
chance de atuar alguém que facilita o debate entre os jogadores, que em grupo
obterão sua aprendizagem. Um bom exemplo é um teatrinho com fantoches, que ao
abordar valores como amizade, solidariedade, bondade, tem imensa influência ao
ser assistido, mas maior poder ainda ao se discutir sobre o mesmo, e sob o que se
quis transmitir. Neste contexto com Antunes (2003):
Essa relação entre os jogos
e a aprendizagem significativa destacar que a boa escola não é necessariamente
aquela que possui uma quantidade enorme de caríssimos brinquedos eletrônicos ou
jogos ditos educativos, mas que disponha de uma equipe de educadores que saiba
como utilizar a reflexão que o jogo desperta, saiba fazer de simples objetos
naturais uma oportunidade de descoberta e exploração imaginativa.
Assim, o jogo se torna
importante instrumento para o ensino, ao passo que desperta o interesse do
aluno, auxilia no seu processo de desenvolvimento, tanto pessoal quanto social.
Ele é compreendido como uma atividade cujo objetivo é desvendar os segredos da
vida e construir um instante de empolgação e felicidade na difícil tarefa da
aprendizagem e evolução biológica humana. Portanto, brincar nada mais é do que
extrair da vida nenhum outro objetivo que não seja ela mesma.
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