RESUMO
O
eixo norteador do livro: A reprodução interpretativa no brincar ao faz de
contas das crianças, é a abordagem interpretativa da
socialização da infância. Essa nova perspectiva foi possível devido às
evoluções teóricas na sociologia, antropologia e psicologia, onde a
socialização/interação das crianças com seus pares são vista como uma rede
social do desenvolvimento, comunicação e linguagem. A concepção do
desenvolvimento social como um complexo produtivo-reprodutivo de densidade
crescente e de reorganização do conhecimento cognitivo e competências
linguísticas partem dos microcampos envolvendo a interação entre as crianças/adultos
ou criança/criança. Para uma melhor compreensão o termo interpretativa captura
os aspectos inovadores da participação das crianças na sociedade, indicando o
fato de que as crianças criam e participam de suas culturas de pares singulares
por meio da apropriação de informações do mundo adulto de forma a atender aos
seus interesses próprios enquanto crianças. E o vocábulo reprodução significa
que as crianças não apenas internalizam a cultura, mas contribuem ativamente
para a produção e a mudança cultural, amplia também as circunscritas pela
reprodução cultural. Isto é, crianças e suas infâncias são afetadas pelas
sociedades e culturas das quais são membros. A vista disso, Cosaro,
considera que uma mudança importante é o movimento da criança
fora do seu meio familiar, apropriando-se criativamente
de informações do mundo adulto para produzir sua propria cultura de pares tal
apropriação é criativa e pode ser vista como uma reprodução interpretativa de
acordo com a noção de dualidade da estrutura de Giddens. Assm, cultura
de pares é um conjunto estável de atividades ou rotinas, artefatos, valores e
interesses que as crianças produzem e compartilham na interação com seus pares.
Onde a socialização é mais um processo reprodutivo do que um processo linear,
sendo reprodutivo no sentido que as crianças não só internalizam
individualmente a cultura adulta que lhes é externa, mas também se tornam parte
da cultura e contribuem com negociações com adultos e da produção criativa de
uma serie de culturas de pares. Cosaro,
enfatiza com veemência o brincar sociodramatico,
referindo-se ao brincar no qual as crianaçs produzem colaborativamete
atividades de faz de contas que estão relacionadas com experiências de vidas
reais (rotinas familiares e ocupacionais) por oposição aos jogos de fantasias
baseados em narrativas de ficção, visto o mesmo contribuir para a quisição de competências
comunicacionais e conhecimentos social das crianças. Cosaro justifica suas convicções pautado, nas pesquisas por ele realizadas, o livro
trás dois exemplos, um dos campos de pesquisa foi o infantario privado, onde existiam
as melhores instalações, propocionando alta qualidade nas atividades educativa,
que tinha como público famílias de classe média e média-alta, que contava com salas
são divididas em centros de atividades (áreas de reunião, a casinha,
biblioteca, areas de jogo de construção e mesas para desenho e trabalhos
manuais e tambem refeições e lanches, areas livre com equipamentos modernos
escorrego, barras para escalar, balanço escorregadoresm cavalinhos). O segundo
campo pesquisado é o JI Head Start enquadrado num programa de educação pré-escolar
compensatório apoiado feralmente que valoriza o desenvolvimento de competências
cognitivas e sociais, neste programa as familias tinham que apresentar
rendimentos mínimos ou serem portadores de necessidades especiais, a maioria
das crianças que o frequentavam eram negras. A presença de Cosaro nestas
instituições foi observar com cautelosa atenção os mundos das crianaças por isso ele integrou as
atividades de pares como adulto atipico,
participante periférico, onde ele se absteve de iniciar ou terminar um episódio,
intervir numa atividade disruptiva, resolver disputas ou coordenar atividades, aasim
ele tornou-se parte da atividade sem afetar drasticamente a natureza ou fluir
das atividades de pares. Deste modo, o trabalho de pesquisa contou com uma
micro análise multifacetada e centrada em estratégias discursivas que as
crianças usam para gerar rotinas de pares que demonstram a natureza negociada e
coletiva da interação ente pares e a significação da rotina na cultura de pares
para captar o poder das atividades das crianças no grupo no contínuo
desenvolviemento de competências sociais e conhecimento de certos elementos da
cultura adulta para lidar com problemas práticos da cultura de pares local. Esta articulação não foi apenas
uma questão de classificação ou simples imitação, visava solidificar as
concepções desenvolvidas pelas crianças acerca do mundo sociodramático dos
adultos e nele o seu lugar antecipado. No entanto, como é frequentemente, no
caso de rotinas do brincar das crianças há avanços e recuos da cultura dos
adultos para a cultura de pares, onde estudos mostraram que tanto
crianças de classe média como de classe baixa recorrem amiúde a um estilo de
linguagem autoritária quando assumem papéis de chefia, contudo a pesquisa
realizada por Cosaro revela uma modificação temporal continua apesar das
diferenças no conteúdo dos dois exemplos, ambas partilham de um conjunto de
características que são ilustrativas da reprodução interpretativa.
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