INFLUÊNCIAS DA
CIBERCULTURA NO LETRAMENTO
É inerente ao
abordar questões referentes a alfabetização no contexto do século XXI o papel desempenhado pelo letramento. Desde o
século passado diversos autores estudam a temática, ou melhor a influência, ou
ainda o compartilhamento que ambos exercem sobre o outro. Além disso,
nas escolas permanece ainda hoje a idéia de que alfabetizar seria ensinar a
decodificação das letras, ou seja, alfabetização como sendo a aquisição
do sistema de escrita adotado pelo país, limitando-se a apreensão dos códigos,
para a codificação e decodificação dos mesmos. A palavra letramento
apareceu primeiramente no livro de Mary Kato: No mundo da escrita: uma
perspectiva psicolingüística, de 1986. O estudioso Kleimam delineia letramento como sendo as práticas sociais de
leitura e escrita e os eventos em que essas práticas são postas em ação.
Tfouni resumi as
funções de cada uma quando designa o caráter individual da alfabetização e o
psicosocial do letramento. A adequação de Soares (2004) a esse respeito,
diz que a alfabetização não precede o letramento, mas os dois processos são
simultâneos, com ela que alcançamos um conceito mais atuante de
letramento, quando afirma ser o letramento o estado ou condição de quem exerce
práticas sociais de leitura e escrita de quem participa de eventos em que a
escrita é parte integrante da interação entre pessoas.
Assim, concebe-se modalidades
diferentes de letramento, ou seja, uma diversidade de enfase na caracterização
do fenômeno letramento, originário das tecnologias desenvolvidas pelo momento
atual que introduz novas percepções de práticas sociais de leitura e escrita,
por meio da comunicação eletrônica. Surgindo por esta via o
Letramento Digital, que abarca a envergadura do indivíduo replicar
adequadamente às demandas sociais que incluem a utilização dos recursos
tecnológicos e da escrita no meio digital. O letramento digital é mais que o
conhecimento técnico. Ele inclui ainda, segundo Carmo (2003), “habilidades para
construir sentido a partir de textos multimodais, isto é, textos que mesclam
palavras, elementos pictóricos e sonoros numa mesma superfície.
A cibercultura introduziu essas
mudanças na natureza do letramento, gerando maior participação na organização e
reorganização no letrar, ou seja, a
vida social tem exigido dos cidadãos a aprendizagem de procedimentos e
raciocínios específicos, sustentando a idéia de que as novas tecnologias,
principalmente o mundo do computador tem-se revelado uma grande possibilidade
de avanço ao mundo da leitura e de acesso à cultura em geral. O valor do letramento, ao ser incorporado à
tecnologia digital, significa: além do
domínio de “como” se utiliza essa tecnologia, legando a necessidade de se
apropriar do “para quê” utilizar essa tecnologia.
Portanto, diante destes pressuspostos, a
Internet desafia os sistemas educacionais tradicionais e propõem, pelo uso
constante da rede mundial de computadores, um “jeito novo de aprender”, nova forma de aprendizagem caracterizada por
ser mais dinâmica participativa, descentralizada da figura do professor, como
Lev Vigotsk pondera, agirá como mediador, pautando-se na independência, na
autonomia, nas necessidades e nos interesses imediatos de cada um dos alunos que
são usuários freqüentes das tecnologias de comunicação digital.
Dessa forma, analisamos
dois jogos eletrônicos com crianças do 1º ano, os jogos trabalham as vogais e a
separação silábica das palavras. Assim, a relevância destes jogos se encontram
no trabalho sistemático dos elementos constitutivos da linguagem, bem como a
marcação do ritmo vocabular, um aumento no poder de concentração, sendo bem adequada
a faixa etária e ao nivel de desenvolvimento infantil. Os jogos são similares a
atividades executadas com o papel, só que com uma conotação de ludicidade, o
que torna a atividade mais prazerosa para as crianças, possibilitando a análise
de processos de pensamento utilizados pelo aluno e das relações que ele
estabelece na resolução do jogo.
Nas duas situações descritas brincando com as vogais e separações de silabas
pudemos acompanhar o desenvolvimento dos
aprendizes caso ocorresse associações feitas de forma incorreta, no intuito
de avaliar a razão que ocasionou o erro e prover ajuda para a
sua correção. No
experimento, tais jogos fora submetido a crianças de 05 anos de idade. Além dos
aspectos cognitivos (acertos e erros), também foram avaliados: a facilidade de
uso da aplicação, o nível de participação e envolvimento,
o nível de empolgação dos aprendizes.
Constatamos que o software não trouxe nenhum tipo de
dificuldade de operação, porque o mesmo era
auto-explicativo, com narrações de todas as solicitações a serem desenvolvidas. Outro aspecto importante é que as crianças de hoje já
convivem com a informática no seu dia-a-dia (videogames,
televisão, computadores), estando familiarizadas com este
tipo de aplicação. Por ser uma ferramenta multimídia garantiu-se uma interação.
Levando-se em consideração a leitura do mundo
atual, as tecnologias recentes provocaram uma ruptura com as duas modalidades
de leitura anteriores – a escrita e a audiovisual. No espaço escolar, contribui para o letramento
digital que significa apresentar oportunidades para que toda a comunidade possa
utilizar as Novas Tecnologias de Informação e Comunicação como instrumentos de
leitura e escrita que estejam relacionadas às práticas educativas e com as
práticas e contextos sociais desses grupos.
Os resultados obtidos levam a
compreensão de que cada vez mais a tecnologia esta impregnada nos moldes da
educação, com os avanços das tecnologias da informação educadores buscarem mecanismos
na cibercultura, pois os mesmos tem imbutido competências que são necessária no
novo patamar de letramento oferecidos pelos memsos e desta feita ofertam
técnicas de alfabetização aliados aos jogos eletrônicos via internet, agindo tanto
como intervenção psicopedagógica com recurso facilitador a ser utilizado tanto
no diagnóstico psicopedagógico quanto como recurso para intervenção de
dificuldades.
Após todo o exposto
acima concordamos com Ramal quando coloca que o letramento digital reaproxima o
ser humano dos seus esquemas mentais, pois os processos cognitivis inerentes a
esse letramento conferi uma comunicação visual, auditiva e espacial por meio de
uma intercomunicação. A capacidade de usar as ferramentas e de interagir, no
ambiente digital permite ao indivíduo conectar-se ao mundo. Por isso, o
Letramento Digital sendo a capacidade que tem o indivíduo de responder
adequadamente às demandas sociais que envolvem a utilização dos recursos
tecnológicos e da escrita no meio digital se torna imprescindível a plena
conquista da cidadania.
REFERÊNCIAS
Oliveira, Rafaela Calixto de. LETRAMENTO DIGITAL. Disponível em:
http://www.artigos.com/artigos/humanas/letras/letramento-digital-7482/artigo/
Acesso em 1º de out. 2010.
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