domingo, 10 de outubro de 2010

INFLUÊNCIAS DA CIBERCULTURA NO LETRAMENTO

INFLUÊNCIAS DA CIBERCULTURA NO LETRAMENTO

                           É inerente ao abordar questões referentes a alfabetização no contexto do século XXI  o papel desempenhado pelo letramento. Desde o século passado diversos autores estudam a temática, ou melhor a influência, ou ainda o compartilhamento que ambos exercem sobre o outro. Além disso, nas escolas permanece ainda hoje a idéia de que alfabetizar seria ensinar a decodificação das letras, ou seja, alfabetização como sendo a aquisição do sistema de escrita adotado pelo país, limitando-se a apreensão dos códigos, para a codificação e decodificação dos mesmos. A palavra letramento apareceu primeiramente no livro de Mary Kato: No mundo da escrita: uma perspectiva psicolingüística, de 1986. O estudioso Kleimam delineia  letramento como sendo as práticas sociais de leitura e escrita e os eventos em que essas práticas são postas em ação.
                            Tfouni resumi as funções de cada uma quando designa o caráter individual da alfabetização e o psicosocial do letramento. A adequação de Soares (2004) a esse respeito, diz que a alfabetização não precede o letramento, mas os dois processos são simultâneos, com ela que alcançamos um conceito mais atuante de letramento, quando afirma ser o letramento o estado ou condição de quem exerce práticas sociais de leitura e escrita de quem participa de eventos em que a escrita é parte integrante da interação entre pessoas.
                           Assim, concebe-se modalidades diferentes de letramento, ou seja, uma diversidade de enfase na caracterização do fenômeno letramento, originário das tecnologias desenvolvidas pelo momento atual que introduz novas percepções de práticas sociais de leitura e escrita, por meio da comunicação eletrônica. Surgindo por esta via o Letramento Digital, que abarca a envergadura do indivíduo replicar adequadamente às demandas sociais que incluem a utilização dos recursos tecnológicos e da escrita no meio digital. O letramento digital é mais que o conhecimento técnico. Ele inclui ainda, segundo Carmo (2003), “habilidades para construir sentido a partir de textos multimodais, isto é, textos que mesclam palavras, elementos pictóricos e sonoros numa mesma superfície.
                            A cibercultura introduziu essas mudanças na natureza do letramento, gerando maior participação na organização e reorganização no letrar, ou seja,  a vida social tem exigido dos cidadãos a aprendizagem de procedimentos e raciocínios específicos, sustentando a idéia de que as novas tecnologias, principalmente o mundo do computador tem-se revelado uma grande possibilidade de avanço ao mundo da leitura e de acesso à cultura em geral. O valor do letramento, ao ser incorporado à tecnologia digital, significa:  além do domínio de “como” se utiliza essa tecnologia, legando a necessidade de se apropriar do “para quê” utilizar essa tecnologia.
                            Portanto, diante destes pressuspostos, a Internet desafia os sistemas educacionais tradicionais e propõem, pelo uso constante da rede mundial de computadores, um “jeito novo de aprender”,  nova forma de aprendizagem caracterizada por ser mais dinâmica participativa, descentralizada da figura do professor, como Lev Vigotsk pondera, agirá como mediador, pautando-se na independência, na autonomia, nas necessidades e nos interesses imediatos de cada um dos alunos que são usuários freqüentes das tecnologias de comunicação digital.
                            Dessa forma, analisamos dois jogos eletrônicos com crianças do 1º ano, os jogos trabalham as vogais e a separação silábica das palavras. Assim, a relevância destes jogos se encontram no trabalho sistemático dos elementos constitutivos da linguagem, bem como a marcação do ritmo vocabular, um aumento no poder de concentração, sendo bem adequada a faixa etária e ao nivel de desenvolvimento infantil. Os jogos são similares a atividades executadas com o papel, só que com uma conotação de ludicidade, o que torna a atividade mais prazerosa para as crianças, possibilitando a análise de processos de pensamento utilizados pelo aluno e das relações que ele estabelece na resolução do jogo.
                           Nas duas situações descritas brincando com as vogais e separações de silabas pudemos acompanhar o desenvolvimento dos aprendizes caso ocorresse associações feitas de forma incorreta, no intuito de avaliar a razão que ocasionou o erro e prover ajuda para a sua correção.  No experimento, tais jogos fora submetido a crianças de 05 anos de idade. Além dos aspectos cognitivos (acertos e erros), também foram avaliados: a facilidade de uso da aplicação, o nível de participação e envolvimento, o nível de empolgação dos aprendizes.  Constatamos que o software não trouxe nenhum tipo de dificuldade de operação, porque o mesmo era auto-explicativo, com narrações de todas as solicitações a serem desenvolvidas. Outro aspecto importante é que as crianças de hoje já convivem com a informática no seu dia-a-dia (videogames, televisão, computadores), estando familiarizadas com este tipo de aplicação.  Por ser uma ferramenta multimídia garantiu-se uma interação.
                           Levando-se em consideração a leitura do mundo atual, as tecnologias recentes provocaram uma ruptura com as duas modalidades de leitura anteriores – a escrita e a audiovisual. No espaço escolar, contribui para o letramento digital que significa apresentar oportunidades para que toda a comunidade possa utilizar as Novas Tecnologias de Informação e Comunicação como instrumentos de leitura e escrita que estejam relacionadas às práticas educativas e com as práticas e contextos sociais desses grupos.
                           Os resultados obtidos levam a compreensão de que cada vez mais a tecnologia esta impregnada nos moldes da educação, com os avanços das tecnologias da informação educadores buscarem mecanismos na cibercultura, pois os mesmos tem imbutido competências que são necessária no novo patamar de letramento oferecidos pelos memsos e desta feita ofertam técnicas de alfabetização aliados aos jogos eletrônicos via internet, agindo tanto como intervenção psicopedagógica com recurso facilitador a ser utilizado tanto no diagnóstico psicopedagógico quanto como recurso para intervenção de dificuldades.
                            Após todo o exposto acima concordamos com Ramal quando coloca que o letramento digital reaproxima o ser humano dos seus esquemas mentais, pois os processos cognitivis inerentes a esse letramento conferi uma comunicação visual, auditiva e espacial por meio de uma intercomunicação. A capacidade de usar as ferramentas e de interagir, no ambiente digital permite ao indivíduo conectar-se ao mundo. Por isso, o Letramento Digital sendo a capacidade que tem o indivíduo de responder adequadamente às demandas sociais que envolvem a utilização dos recursos tecnológicos e da escrita no meio digital se torna imprescindível a plena conquista da cidadania.

REFERÊNCIAS

Oliveira, Rafaela Calixto de.  LETRAMENTO DIGITAL. Disponível em: http://www.artigos.com/artigos/humanas/letras/letramento-digital-7482/artigo/ Acesso em 1º de out. 2010.

Letramento Digital.  Disponível em: http://www.universia.com.br/gestor/materia.jsp?materia=12384 Acesso em 1º. Out. 2010.

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