AUTORA: JESSICA HONORIO DE SENA
REVISADO POR: KARLA WANESSA
INTRODUÇÃO
Perpassando
brevemente sobre a história da educação de Jovens e Adultos ver-se que o
combate ao analfabetismo surgiu no Brasil em nome do desenvolvimento, assim, o
sujeito analfabeto era visto como pueril e marginalizado. Com o decorrer do
tempo as mudanças da sociedade contemporânea configuraram as aprendizagens
relacionadas ao mundo do trabalho e do consumo levando os jovens e adultos a
voltarem à escola para adquirirem ferramentas de obtenção de sucesso pessoal e profissional
que lhes foram privados mediante várias circunstâncias na infância.
FATORES
QUE INTEFEREM NO PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM DA EJA
Derivado de sua
concepção original na década de 40 a EJA comporta um dos fatores que mais
interferem no processo de ensino aprendizagem, que diz respeito ao aspecto
pedagógico, entre os problemas apontados neste item encontram: o currículo
(muitas vezes uma adaptação dos conteúdos do Ensino Fundamental), a formação
inadequada dos professores, a prática de convocar voluntários (muitos sem
preparo) para alfabetizar jovens e adultos e a polêmica em torno da idade
mínima para matricular-se na EJA.
Paulo Freire na
década de 60 propôs uma reformulação pedagógica na EJA que se volta a
compreender a realidade dos alunos. Embasado nesta concepção, hoje após tantas
transformações os fatores que mais interferem no processo de
ensino-aprendizagem da EJA consiste em compreender quem são os alunos que esta
modalidade atende, procurando saber quais as suas intenções e motivações, visto
que dentro desta analise se poderá elencar fatores cruciais relacionados à sua
realidade de vivencia em sala de aula e conseqüentemente na aprendizagem.
Geralmente os alunos da EJA são provenientes de grupos sociais desfavorecidos
economicamente, que muitas vezes deixaram a escola a fim de trabalhar para sustentar
sua família, outros tantos são desempregados, empregados temporários, etc., sem
mencionar os problemas de aprendizagem e repetência sofridos pelos mesmos que
implicam diretamente no processo de aprender.
Desta forma, estudar
na EJA e aprender efetivamente representa um desafio a ser superado que demanda
condições propicias, pois esses alunos possuem muita curiosidade e desejo de
vivenciar experiências novas e que já possuem um repertório rico de senso
comum. São pessoas que já possuem experiências de vidas oriundas de vários
círculos sociais como: família, igreja, etc. Nesse sentido, o processo
educativo não se caracteriza pelo recebimento, por parte dos educandos, de
conhecimentos prontos e acabados, mas pela reflexão sobre os conhecimentos que
circulam e que estão em constante transformação; educadores e educandos são
produtores de cultura; todos aprendem e todos ensinam, são sujeitos da educação
e estão permanentemente em processo de aprendizagem. Isso reporta a maneira de
como se deve conduzir o ensino, pois a valorização de tais conceitos é de suma
importância. Portanto, o ensino dever ir além da transmissão dos conteúdos,
porque muitas vezes os alunos necessitam de conselheiros, amigos e facilitares
para a superação de suas dificuldades.
Atualmente, são muitos
os educadores que buscam incorporar ao trabalho um ensino infantilizado como na
década de 40 com a chamada cartilha, ou primeiro guia de leitura, porque os mesmos
seguem as propostas desenvolvidas para as crianças do ensino regular. Mas o
público que freqüenta o ensino de jovens e adultos tem suas especificidades
claras: são adolescentes e jovens pobres que, após realizar uma trajetória
escolar descontínua, marcada por insucessos e desistências, retornam à escola
em busca de credenciais escolares e de espaços de aprendizagem, sociabilidade e
expressão cultural.
Consoante a este cenário, ver-se
que por este caminho os alunos da EJA são submetidos a propostas e práticas
inadequadas tanto aos seus perfis socioeconômico-culturais quanto às suas
possibilidades e necessidades reais. Diante do exposto acima a única forma de
melhorar os indicadores é respeitar as especificidades desse público, deste os
documentos oficiais, quanto à construção de um projeto político pedagógico que
contemple a realidade da EJA, mas, sobretudo a prática pedagógica desenvolvida
em sala que dever encantar e apresentar novo aporte a esses educandos.
CONCLUSÃO
Após decorrer sobre os problemas
enfrentados na modalidade de Educação Básica: EJA pode-se perceber claramente
que historicamente o processo de ensino e aprendizagem neste campo configura
uma série de circunstâncias que necessitam serem analisadas sob a ótica de
tratar-se de um público com especificidades peculiares e neste sentido, fica
clara a necessidade de guardar as devidas proporções quanto ao tipo de
experiências vivenciadas por ele, esta valorização da realidade e do
conhecimento de senso comum é o que Paulo Freire de mola propulsora da
alfabetização que leva o sujeito político e consciente a criticar e transformar
sua realidade.
REFERÊNCIAS
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