A educadora Cris Poli, também conhecida como a
"Supernanny" brasileira e autora do livro "Pais Responsáveis
Educam Juntos" (Mundo Cristão), concorda com a importância da participação
dos pais na vida das crianças. Ela ressalta que, assim como não existe uma mãe ideal,
tampouco existe um modelo de pai. Mas algumas dicas podem ajudar.
1. Participe ativamente - e com frequência
Participar só quando chega o boletim da escola não
vale: é preciso se aproximar do cotidiano da criança. "O pai deve
participar como quem vai dar o limite, quem vai estimular e elogiar, quem vai
acompanhar a criança", diz Quézia Bombonatto. Segundo ela, cinco minutos
por dia já
podem ser muito importantes para o desenvolvimento da relação de ambos. Mas não
adianta pegar apenas um dia do mês e, de alguma forma, tentar "tirar o
atraso". A proximidade se constrói aos poucos e é importante para a
criança sentir que pode confiar no pai e que está sendo valorizada. "É
preciso, por exemplo, acompanhar o que está acontecendo na escola, e não
somente perguntar quais notas ela tirou". Transformar estes momentos em
significado para a criança já é um bom começo.
2. Não confunda atenção afetiva com atenção
material
Ao testemunhar um mau comportamento dos filhos,
muitos pais se queixam dizendo "Mas não está faltando nada para ele".
Não está faltando nada mesmo? Carinho não pode ser trocado por presentes.
"A presença é muito importante", diz Quézia. Se envolver com os
filhos não se resume a levar um chocolate no final do dia, ao voltar do
trabalho.
3. Seja carinhoso
Muitos pais confundem masculinidade com falta de
afeto e evitam beijar e abraçar a criança. Essa falta não pode ser excessiva: o
pai pode e deve mostrar o amor que sente pelo filho. Segundo Cris Poli, é
preciso haver uma interação física com a criança também durante as
brincadeiras. Às vezes o pai prefere não brincar de boneca com as filhas, por
exemplo, por ficar constrangido, mas é preciso se adaptar. E fazer brincadeiras
com interação mais pessoal - ficar somente no computador e no videogame não é
uma solução. A criança precisa de afeto.
4. Não seja autoritário, mas tenha autoridade
Muitos homens confundem autoritarismo com
masculinidade e se tornam pais que se impõe por meio do berro e da ameaça. Para
o psicanalista Rubens de Aguiar Maciel, especialista em desenvolvimento humano
e paternidade, os pais devem evitar a imposição de regra pela regra. "É
muito prejudicial as crianças serem obrigadas a fazer isso ou aquilo porque o pai
mandou, sem que haja alguma explicação maior", diz. A autoridade fica
superficial, pois aquela ordem não faz nenhum sentido para a criança.
Para Cris Poli, pais com perfil autoritário impedem a criança de expressar sentimentos e pensamentos com facilidade, pois ela não se sente respeitada. "Se um pai é autoritário e se impõe pela força e pelo medo, acaba inibindo a criança. Ela pode crescer mais tímida e introvertida, com dificuldade para se expressar", diz. Limites devem ser construídos - e não impostos.
Para Cris Poli, pais com perfil autoritário impedem a criança de expressar sentimentos e pensamentos com facilidade, pois ela não se sente respeitada. "Se um pai é autoritário e se impõe pela força e pelo medo, acaba inibindo a criança. Ela pode crescer mais tímida e introvertida, com dificuldade para se expressar", diz. Limites devem ser construídos - e não impostos.
5. Não seja excessivamente permissivo
Na contramão dos pais autoritários estão os pais
permissivos. Embora afetuosos, eles não se dispõem a estabelecer limites para
os filhos. E terminam sendo ausentes. Segundo Cris Poli, os pais demasiadamente
permissivos deixam de se posicionar e preferem deixar o filho fazer tudo o que
quer. "É aquele pai que costuma dizer: ‘vê com a sua mãe' e nunca toma as
decisões", diz a "Supernanny".
6. Se posicione como pai
Para Cris Poli, o erro mais recorrente dos pais é
não tomar uma postura em relação à educação dos filhos. "A ausência, a
falta de posicionamento e de autoridade são uma carência muito forte", diz
ela. Essa regra vale não só para a hora de tomar decisões, mas também para os
afazeres miúdos e os cuidados do dia a dia, como o banho, a comida e as
brincadeiras. Até porque as modalidades de diversão e aprendizagem da mãe
costumam ser diferentes da do pai. "O lúdico é importante e deve vir dos
dois", defende Quézia.
7. Exija seu espaço
De acordo com a psicóloga Camila Guedes Henn, do
Núcleo de Infância e Família (NUDIF) da Universidade Federal do Rio Grande do
Sul, a mãe também deve dar espaço para a entrada do pai na vida dos filhos.
"Às vezes elas não acreditam muito na capacidade do pai de cuidar da
criança, e é algo que não pode acontecer", diz. A figura masculina também
é importante e deve atuar em colaboração com a mãe, trocando opiniões sem que
um desautorize o outro.
8. Seja um bom cidadão
Um bom pai é também um bom marido e um bom cidadão.
De acordo com o psicanalista Rubens de Aguiar Maciel, todo o ambiente ao redor
da criança influencia na formação dela e a figura do pai também conta. Para os
filhos crescerem da melhor maneira possível, portanto, os pais devem ser
maduros emocionalmente. "O homem e a mulher precisam saber quais são os
próprios valores diante de uma sociedade que muitas vezes os leva a conhecer
pouco sobre si mesmos e a serem competitivos e consumistas", resume ele.
"Para ser um bom pai é preciso procurar, antes, ser um bom ser humano",
completa.
Disponível em: http://www.midianews.com.br/?pg=noticias&cat=3&idnot=63535
Nenhum comentário:
Postar um comentário