CONTEXTUALIZAÇÃO DE QUESTÕES EDUCACIONAIS
- Leia
Inclassificáveis
que preto,
que branco, que índio o quê?
que branco, que índio, que preto o quê?
que índio, que preto, que branco o quê?
que preto
branco índio o quê?
branco índio preto o quê?
índio preto branco o quê?
aqui somos
mestiços mulatos
cafuzos pardos mamelucos sararás
crilouros guaranisseis e judárabes
orientupis
orientupis
ameriquítalos luso nipo caboclos
orientupis orientupis
iberibárbaros indo ciganagôs
somos o que
somos
inclassificáveis
não tem um,
tem dois,
não tem dois, tem três,
não tem lei, tem leis,
não tem vez, tem vezes,
não tem deus, tem deuses,
não há sol a
sós
aqui somos
mestiços mulatos
cafuzos pardos tapuias tupinamboclos
americarataís yorubárbaros.
somos o que
somos
inclassificáveis
que preto,
que branco, que índio o quê?
que branco, que índio, que preto o quê?
que índio, que preto, que branco o quê?
não tem um,
tem dois,
não tem dois, tem três,
não tem lei, tem leis,
não tem vez, tem vezes,
não tem deus, tem deuses,
não tem cor, tem cores,
não há sol a
sós
egipciganos
tupinamboclos
yorubárbaros carataís
caribocarijós orientapuias
mamemulatos tropicaburés
chibarrosados mesticigenados
oxigenados debaixo do sol
Agora responda:
- De acordo com o que estudamos, por que podemos afirmar que a letra da música Inclassificáveis vai de encontro ao conceito de currículo tradicionalista ou currículo redentor?
R= A mensagem central da música em linhas gerais nos leva a
reflexão de que a convergência natural do ser humano é rotular, seja em
critérios coerentes ou não. Em seus
primeiros versos a música retrata questões
étnico-culturais, sócio-demográficas e de raça, que formam a identidade pluralista da sociedade brasileira.
Isto fica evidenciado quando ao autor questiona a classificação dada aos homens
destacando os grupos étnicos oriundos da matriz base: branco, índio e negro.
Nos versos seguintes o autor, abarca o ser humano em toda sua amplitude, pois
embora tenha variações culturais, vive e
sobrevive na diversidade, mostrando assim, que preconceitos direcionados
a etnias não são justificados, pois somos “Inclassificáveis”, ou seja, fruto da miscigenação.
Desta forma esses
preceitos expostos na música vão de encontro ao conceito de currículo
tradicional que
pauta-se em uma ideologia conservadora de
perspectiva inatista, que concebe o homem como imutável, que baseia o ensino
na transmissão dos conteúdos culturais pelo professor no método expositivo.
Porquanto, as colocações de “opostos” étnicos criados pelo autor origina novos
grupos étnicos mostrando que a diversidade e a pluralidade brasileira que favorece uma prática pedagógica abrangente e
contextualizada, onde o trabalho pedagógico admite o conhecimento e os aspectos
das culturas que permeiam a sociedade que estamos inseridos. Essa abordagem
garante por esta via uma analise individual, bem como o intercâmbio na construção da identidade e da subjetividade humana,
visto que “não há sol há sóis”.
- Qual trecho da música, de modo mais expressivo, traduz o conceito de currículo pós-crítico ou currículo transformador? Explique por que tal conceito expressa de modo mais explícito o conceito de currículo pós-crítico?
R= O trecho que mais expressa o
conceito de currículo pós-critico é:
“aqui
somos mestiços mulatos
cafuzos pardos mamelucos sararás
crilouros guaranisseis e judárabes
[...]
não tem um,
tem dois,
não tem dois, tem três,
não tem lei, tem leis,
não tem vez, tem vezes,
não tem deus, tem deuses...”
Nele percebemos de
modo enfático que a nossa sociedade contemporânea é heterogenia,
constituída por diferentes etnias, interesses, e identidades culturais, que
vivem em constante contato, ou seja, é obrigada a convivência e que por muitas
vezes geram conflito. E é neste cenário que as novas perspectivas de abordagem
que este currículo pós-critico delineia elementos fundamentais a serem
trabalhados dentro da escola, tais como subjetividade, multiculturalismo,
diversidade, identidade, gênero, etnia, etc.
Estas conexões educacionais abalizam
disposições antropológicas, no contexto de múltiplas influências, nesta
mesclagem o fator primordial é a valorização do diferente, do distinto, do
diverso, nada mais que o respeito à diversidade. Assim, a escola como ambiente multicultural deve propõe uma prática
pedagógica de ensino pautado nas modificações ético-sociais, concebendo os
alunos como sujeitos socioculturais, portadores de subjetividades construídas
no entrecruzamento de influências globais e particulares ocorridos dentro da
escola e sendo reconhecidos como iguais em dignidade e em direito.
- Identifique e analise as possíveis relações existentes entre os conceitos de políticos de Política e de Educação.
Compreender
a relações existentes entre política, político e educação implica transcender
suas esferas específicas, e projetar-se no significado maior do Estado no
contexto histórico atual. Neste viés, o processo político é entendido como
multifacetado e dialético, pois a
Política se apresenta como ciência da governança que designa o que é público, por
meio de determinações sociais e econômicas. Já, Político é o individual
ativo nas questões sociais de seu grupo, sendo membro de governo, partidos
políticos, ou formador de opinião pública de determinado grupo. E educação compreendida como meio
transmissor de costumes e valores as gerações, que se desenvolve nas faculdades
físicas, intelectuais e morais com objetivo de melhor integrar na sociedade.
Assim, esses
elementos encontram-se intimamente
interligados por sua constituição, porquanto um existe a partir do outro
necessitando de analises não só com a natureza das atividades pedagógicas, mas
também a sua contribuição para o crescimento econômico, a solidariedade social
e a coesão cultural na reestruturação produtiva de uma sociedade permeada pelos
códigos da modernidade. Sendo assim a educação é visto como direito subjetivo,
que é prescrita pelo político e regulada pela política desenvolvida no Estado.
- Defina os fenômenos da Globalização e do Neo-Liberalismo e suas implicações para a educação.
Vivemos
o advento do fenômeno da Globalização, que nada mais é que o processo de
integração econômica, cultural, social e política oriunda do neoliberalismo que proporciona o desenvolvimento tecnológico e gera uma sociedade onde a educação é vista como
elemento estratégico para garantir de desenvolvimento do Estado. Assim sendo,
esta proposta política introduz desafios educacionais em função das
possibilidades de articulação que são oferecidas pelos meios tecnológicos de
informação e comunicação.
As
implicações desses fenômenos na Educação se estendem a uma educação-mercadoria
influenciada por órgãos internacionais, percebe-se que a globalização na
Educação visa à mão de obra e o mercado de trabalho, que comporta um trabalho
sem pensamento critico e de adaptação a nova ordem social que influencia a
escola em sua natureza competitiva, individualista e excludente, com
intervenções fortíssimas nas políticas educativas gerando por estas meio, ações
desconexas e ineficientes.
O
neoliberalismo implica no setor educativo quando tende a imbuir menos recursos,
uma formação menos abrangente, a privatização do ensino e a aceleração de
aprovação e profissionalização do ensino. Em suma, os valores decorrentes
desses tópicos reportam a racionalização empresarial que coloca a educação como
bem de consumo, sendo seleta e eletizando o conhecimento. Portanto, as mudanças
adotadas pelo neoliberalismo repousam na Educação no princípio da “equidade”,
cujo significado consiste em dar um tratamento diferenciado a cada um conforme
as demandas da economia. Deslocando o ensino a um serviço produtivo do
conhecimento aos alunos por meio das habilidades necessárias ao mercado de
trabalho.
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