Desde o prelúdio da
cultura humana afluem indicativos das primeiras amostras corporais. E no
transcorrer dos anos a estrutura da cultura motora relacionou-se as inópias
culturais onde os sujeitos estavam integrados. Pressupondo um comportamento
operativo de racionalizar os movimentos humanos, a Ciência da motricidade
humana propõe sistematizar novas considerações teóricas com uma prática focada na
ação pedagógica como mediadora no processo de ensino aprendizagem.
Embasada nesta visão
a LDB 9.394-96 apresenta a Educação Física como componente curricular
obrigatório na Educação Básica, pois explica que a criança necessita desenvolver
a capacidade de agir apropriadamente, a fim de compreender sua motricidade bem
como a sua relação com o mundo. Aqui, não mais então compreendida sob a ótica
dualista, corpo e mente. Mas como suscita o filosofo Manuel Sérgio, a motricidade
do homem em movimento e transcendência, porque visa ir além, tem como alvo o
conhecer o mundo.
No que diz respeito à Educação Física, o exercício de vários professores
esteve vinculada a uma prática pedagógica e avaliativa tradicional por meio da
repetição de arquétipos de ensino, prendidos no desenvolvimento da envergadura
física e das competências desportivas, que se restringiram a comparar nomear e
selecionar o aluno com base no seu desempenho motor ou nos seus alcances
biométricos. Aos poucos, a escola brasileira percebe a necessidade de se
aprimorar na tarefa de contribuir nas discussões
acerca dessa problemática significativa: a prática pedagógica do ensino do
movimento na Educação Infantil, pautada na LDB 9394/96.
Partindo do entendimento de que ainda há muito que
se aprimora nesta área, uma nova concepção de homem que está em movimento
torna-se o centro deste segmento, pois sua ação aqui entendida garante a
compreensão e aprendizagem, ou seja, deve haver intencionalidade com finalidade
específica. Vê-se neste canário a necessidade de estruturar um plano de ensino
com especificidades no movimento e seu desenvolvimento. Ante isso, a escola tem
a função de possibilitar esta aquisição dentro da construção cultural.
Neste trabalho o
enfoque gerador pautado na relação funcional de que o corpo admite dimensões
além da biológica, abarcando assim a expressão em uma ação de tomada de
consciência, que distingui o movimento humano de um simples descolamento. Assim
sendo, cabe as abordagens metodológicas apresentadas na Educação Infantil
pauta-se nos objetivos de cada conteúdo, extirpando as atividades que
desenvolve apenas o corpo, voltadas para as condições físicas desportivas ou
estruturadas em jogos de recreação. Como menciona João Batista Freire, deve-se
olhar esta área sob a ótica da complexidade, que particularmente a ela é inata
por natureza. Então os saberes desta disciplina relacionam-se com a cultura
corporal: jogos, danças, esportes, lutas, ginástica.
A partir deste
recorte reflexivo o trabalho do movimento na Educação Infantil envereda por
caminhos onde as potencialidades induzem a interação já em pleno vigor na fase
sensório-motor, voltando seu valor na manipulação e exploração de materiais, já
que esta se alonga ao pré-operatório, proporcionando aprendizagens, pois é
notório que o homem diferentemente dos animais nasce com possibilidade de
construção de sua motricidade em decorrência da cultura social na qual esta
inserida. Sendo o aluno capaz de aprender sempre independente da fase de
desenvolvimento e local onde se encontra, em vista disso, a pedagogia do
movimento deve possibilitar o conhecimento do próprio corpo, do meio ambiente e
da cultura da Educação Física.
Com isso, e com o
que orienta o RCNEI o professor tem uma base no planejamento de seu trabalho
pedagógico respeitando as faixas etárias. Portanto para o trabalho com crianças
pequenas o professor deve evidenciar as disposições motoras da inteligência de
base, recomenda-se atividades prática como as brincadeiras, jogos, etc. Pois
como enfatiza Froebel o jogo torna-se o centro do currículo da Educação Infantil.
Neste aspecto o jogo desenvolvido em sala é concebido como material pedagógico
educativo, que objetiva a complementação do saber do sujeito, propiciando a
descentralização da criança, a aquisição de regras e a expressão do imaginário
e a apropriação do conhecimento.
É importante que o
aspecto lúdico combinado aos objetivos da área de Educação Física seja
desenvolvido nas crianças, com a finalidade de construir conhecimentos
cognitivos e práticos. Pois é imprescindível que os alunos compreendam sobre
força, equilíbrio, dominância lateral etc., dentro de situações vivenciadas
onde tenham a oportunidade de inventarem, construírem, reelaborarem idéias, ou
seja, que vivencie movimentos corporais para a reflexão, compreendendo neste viés
de complexidade sua motricidade.
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