A relação entre criança e o texto se
intensifica ao longo de sua trajetória escolar e acentua-se durante a vida, na
origem do texto literário, este esteve ligado ao papel social de ajudar a
compreender a realidade, dando forma lingüística a sensações, sentimentos e
idéias. Os pressupostos das concepções relacionadas à Linguagem Oral e Escrita,
constituem o ponto de partida de uma abordagem prática que vise à reflexão,
tendo como centro a interação, baseados na fala de Vygotsky que a linguagem
estrutura o pensamento como também a emoção é um chamamento para a ação.
(VYGOTSKY, 1991).
A Educação Infantil
embasada nos estudos da psicogênese da Linguagem Escrita postulados nos
trabalho de Emilia Ferreira e Ana Teberosky ampliam o processo de ensinar.
Agora não mais subsidiado por habilidades de codificação e decodificação, porém
em discurso do letramento, que chama atenção para o uso social da leitura e da
escrita. Nesta perspectiva o ambiente da Educação Infantil torna-se o campo
onde as crianças desenvolverão e ampliarão sua autonomia, estruturada
fundamentalmente no resgate da dimensão da aprendizagem significativa e da
interação, pautada no aspecto social. Diante deste fator é necessário apontar
caminhos lúdicos, da brincadeira, da troca e da reflexão de modo a dá sentido
ao ato de ler, neste caso de Educação Infantil, ouvir histórias.
No processo educacional
infantil o texto literário entra no ambiente escolar com finalidades
interdisciplinares de recuperar a diversidade de mecanismos pedagógicos para se
abordar temas de maneira contextualizada. A literatura, a este ver abre-se para
a interpretação, a problematização, a fim de possibilitar a compreensão das
entrelinhas e daquilo que pode ser associado às experiências vivenciadas no
contexto social.
Na busca de tornar o
ensino eficaz e atraente, o planejamento escolar infantil deve valorizar as
rodas de leituras, jogos, brincadeiras e as situações problemas, como
estratégias de construção do conhecimento. Assim as rodas de leituras e
conversas, se constituem meios fundamentais pelos quais as crianças percebem
que o ato de ler requer um comportamento ativo de produção de significados,
pois a atividade de ouvir histórias permite que as crianças ampliem seu
vocabulário.
É notória a
espetacular capacidade das crianças contarem histórias, isso gerará futuramente
o aprimoramento na produção escrita. Assim entende-se que a ação pedagógica
adequada e produtiva é aquela que contempla de maneira articulada e simultânea
o letramento e as demais áreas do conhecimento. Nessas condições é
surpreendente presenciar as crianças levantarem hipóteses inusitadas sobre as
atividades orais que fornecem a iniciação da escrita. A leitura freqüente de
histórias de boa qualidade é beneficiaria de temas significantes ao trabalho do
desenvolvimento do espírito crítico. Solé (1998) mencionar alguns aspectos
importantíssimos no trabalho com histórias.
[...] Se ler é um processo de interação entre um leitor e um texto, antes da leitura (antes de saberem ler e antes de começarem
a fazê-lo quando já sabem) podemos ensinar estratégias aos alunos para que essa
interação seja mais proveitosa possível. (p. 114).
Neste sentido
motivar as crianças é objetivo para ativar a conexão dos conhecimentos prévios
com o texto lido, que estão sendo trabalhados. Graças
a essas manifestações, a criança irá, pouco a pouco, ampliando as relações
sociais e a construção de estruturas da inteligência, de forma cada vez mais
elaborada, para compreender a realidade que a cerca. As histórias infantis
contribuem para que a criança compreenda o que se passa à sua volta, permitindo,
assim, a construção do real.
O texto literário, especificamente os contos como obra de
artifício didático, exerce grande influência no desenvolvimento da criança,
pois trata da dos impactos sociais e sentimentos inerentes ao ser humano, como
também possibilita a compreensão do mundo. Ouvindo e lendo histórias, crianças
podem trazer a tona reações que exprimem suas veemências reveladas ou
inconscientes.
Sabe-se como é importante para a gênese de qualquer criança ouvir histórias, durante os primeiros anos de vida da criança, pois as mesmas como revela os estudos de Piaget serão bases o desenvolvimento da fase do jogo simbólico, neste sentido as crianças arquiteta posturas peculiares de ser e de estabelecer relações com o mundo e com as pessoas. Elas vão construindo suas matrizes de relações a partir de sua interação com o meio. Então ouvir histórias neste aspecto é o início da aprendizagem para se descobrir, tendo um caminho absolutamente infinito de descobertas e de compreensão do mundo. É ser participante desse momento de brincadeira e aprendizado. Isso fica evidente no discurso de Bettelheim:
Sabe-se como é importante para a gênese de qualquer criança ouvir histórias, durante os primeiros anos de vida da criança, pois as mesmas como revela os estudos de Piaget serão bases o desenvolvimento da fase do jogo simbólico, neste sentido as crianças arquiteta posturas peculiares de ser e de estabelecer relações com o mundo e com as pessoas. Elas vão construindo suas matrizes de relações a partir de sua interação com o meio. Então ouvir histórias neste aspecto é o início da aprendizagem para se descobrir, tendo um caminho absolutamente infinito de descobertas e de compreensão do mundo. É ser participante desse momento de brincadeira e aprendizado. Isso fica evidente no discurso de Bettelheim:
"Enquanto
diverte a criança, o conto de fadas a esclarece sobre si mesma, e favorece o
desenvolvimento de sua personalidade. Oferece significado em tantos níveis
diferentes, e enriquece a existência da criança de tantos modos que nenhum
livro pode fazer justiça à multidão e diversidade de contribuições que esses
contos dão à vida da criança". (BETTELHEIM, 2004, p-20).
De acordo com
Piaget, as crianças contraem valores morais não só por internalizá-los ou
observá-los de fora, mas por construí-los interiormente através da interação
com o meio ambiente. Nesta fase, ouvir histórias (principalmente os contos),
entre outras atividades, é possibilidade real de desenvolvimento e aprendizagem.
Vygotsky também contribui com seus estudos do brincar, afirmando que ele irá
permitir que a criança aprenda a elaborar e resolver situações conflitantes que
vivência ou vivenciará no seu cotidiano. Para isso a criança usará suas
capacidades básicas como a observação, imitação e imaginação, todas instigadas
pelos contos.
Portanto, o
trabalho com contos em sala de aula na Educação Infantil sugerem soluções
simples, já que se referem aos problemas interiores e sociais, promovem o
desenvolvimento de recursos internos e criação de soluções para tais
dificuldades a serem enfrentadas no decorrer do seu crescimento, pautado nas
relações sociais. Bettelheim assinala que as crianças, através da utilização
dos contos, aprendem sobre problemas interiores dos seres humanos e sobre suas
soluções e também é através deles que a herança cultural é comunicada às
crianças, tendo uma grande contribuição para sua educação moral, Lajolo segue neste
pensamento, respaldado no desenho:
“Se a literatura
infantil se destina a crianças e se acredita na qualidade dos desenhos como
elemento a mais para reforçar a história e a atração que o livro pode exercer
sobre os pequenos leitores, fica patente a importância da obra infantil. É o
caso, por exemplo, da ilustração”.
(LAJOLO, 1991: 13)
Dentro neste dos
aspectos dos contos, é interessante mencionar as considerações de Vygotsky
quando discute o a função do brinquedo referindo-se especificamente à
brincadeira do faz de conta, conectada em alto valor pelos contos. Menciono Vygotsky,
porque o faz de conta, presente nos contos se constitui também um jogo lúdico,
e faz parte do brincar. No início suas repetições imaginárias poderão ser
simples, porém com o passar do tempo e com o desenvolvimento de atividades
programadas, o faz de conta da criança fica mais elaborado, abrindo espaço a
uma gama de aquisições cognitivas. Contudo, esta elaboração no faz de conta
necessita de conhecimentos prévios do mundo que a cerca, portanto, quanto mais
ricas forem suas experiências, mais informações a criança irá dispor para
materializar em seus jogos lúdicos.
No faz de conta, a
criança passa a conduzir seu procedimento pelo mundo imaginário, ou seja, o
pensamento não esta relacionado aos objetos, encontra-se distinto deste,
portanto a ação surge das idéias, instituído via brincadeira, possibilitando
assim, o que Vygotsky denomina de Zona de Desenvolvimento Proximal. Desde ponto
de vista, o jogo do faz de conta pode ser ponderado como um meio para a
desenvoltura do pensamento abstrato, em que a imaginação é uma ação, sendo ela
concreta ou não, mas acima de tudo é algo em permanente amadurecimento.
“A
imaginação da criança, estimulada a inventar palavras, aplicará seus
instrumentos sobre os traços da experiência que provocarão sua intervenção
criativa”. Valotto (1997:19),
O contato com
as histórias possibilitam a crianças ampliarem o seu horizonte cultural, promovendo
seu enriquecimento lingüístico e literário.
Portanto, a
Literatura Infantil é importante sob vários aspectos biopsicossociais. Quanto
ao desenvolvimento cognitivo, proporciona às crianças meios para desenvolver
habilidades que agem como facilitadores dos processos de aprendizagem. Estas
habilidades podem ser observadas no aumento do vocabulário, nas referências textuais,
na interpretação de textos, na ampliação do repertório lingüístico, na
reflexão, na criticidade e na criatividade, na capacidade de resolver situações
problemáticas. Estas habilidades propiciariam no momento de novas leituras a
possibilidade do leitor fazer inferências e novas releituras, agindo, assim,
como facilitadores do processo de ensino-aprendizagem não só da língua, mas
também das outras disciplinas, abarcando assim a interdisciplinaridade.
REFERÊNCIAS
BETTELHEIM, Bruno. A psicanálise dos
contos de fadas. 15. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2001.
Andrade, Fabio Goulart de. Ensino da
natureza e sociedade: pedagogia/Fabio Goulart de Andrade, Okçana Battini, Andréia
de Freitas Zômpero. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2009.
Montagnini,
Rosely Cardoso. Ensino das artes e música: pedagogia/ Rosely Cardoso
Montagnini, Laura Célia Cabral Cava, Klésia Garcia Andrade. São Paulo: Pearson
Prentice Hall, 2009.
Um comentário:
Olá, passei pra agradecer a visita e pedir que continue me visitando sempre!
Beijocassssss
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