Informação foi divulgada pela secretária da educação básica do ministério. Proposta inicial do ministro Haddad era ter mais 20 dias de aula no ano.
Em reunião realizada na última terça-feira (18), o Conselho Nacional de
Educação considerou mais apropriado ao Ministério da Educação elaborar
uma proposta de aumento na carga horária diária dos estudantes em vez da
ampliação do calendário letivo de 200 para 220 dias por ano, como
queria o ministro Fernando Haddad. A informação foi divulgada nesta
quinta-feira (20) pela secretaria de Educação Básica do MEC, Maria do
Pilar Lacerda, em sua página pessoal no Twitter e no Facebook.
"Não teremos a ampliação para 220 dias letivos. O ministro Haddad
convocou uma reunião, no dia 18 passado, com entidades de professores,
estudantes, parlamentares, gestores e universidades. O consenso é que é
melhor manter os 200 dias e ampliar a carga horária diária. E
democraticamente, o ministro Fernando Haddad acatou a proposta",
escreveu a secretária.
O ministro da Educação, Fernando Haddad, apresentou apresentou há um
mês, em Brasília, o resultado de uma pesquisa que levou o MEC a avaliar o
aumento de até quatro semanas no calendário letivo da educação básica
do país no sistema público e privado. Atualmente, o Brasil tem 200 dias,
como prevê a Lei de Diretrizes e Bases (nº 9.394, de 20 de dezembro de
1996) no ano letivo e carga horária de 800 horas. O ministro propunha um
amplo debate sobre a ampliação da carga horária escolar para 220 dias
ao ano, ampliando a carga horária para 1.000 horas.
Haddad convocou uma reunião com educadores do Conselho Nacional da
Educação para debater o tema. Os conselheiros acharam melhor aumentar a
carga diária do que o número de dias letivos. Para isto será preciso que
o Congresso Nacional aprove a proposta mudando a Lei de Diretrizes e
Bases.
Uma pesquisa coordenada por Ricardo Paes de Barros, subsecretário da
Secretaria de Asssuntos Estratégicos da presidência, mostrou que dez
dias a mais de aula aumentam em 44% o aprendizado dos alunos e em sete
pontos a nota dos estudantes no Sistema de Avaliação da Educação Básica
(Saeb). Essa melhoria pode ser atingida aumentando a exposição do aluno
ao conhecimento.
Segundo o pesquisador, o aumento da exposição pode ser feito com
ampliação da jornada diária e com a diminuição das faltas dos alunos e
dos professores durante o ano letivo. Mas a alternativa mais atraente,
segundo Barros, é a que tem o menor custo. "Em termos de custo é melhor
porque na outra alternativa (mais horas/aula por dia ou menos alunos por
sala) você precisa aumentar o espaço na escola colocando restaurantes e
espaços esportivos."
A outra variável que provoca melhora é a qualidade do professor. O
estudo mostrou que um bom professor em sala de aula tem o impacto de 9,6
pontos no Saeb, 20 pontos no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e
68% de melhoria do desempenho do aluno. "Tem um enorme impacto entre se
consultar um bom ou um mau médico. Com o professor também é assim, mas a
gente não valoriza a profissão e deixa o profissional mais experiente
migrar para a rede privada", destacou o pesquisador. Ainda de acordo com
ele, o impacto no Saeb com professor experiente seria de 3,3 pontos.
Mais aulas na rede pública podem reduzir desigualdade, diz Haddad
Segundo ministro da Educação, estudo será apresentado semana que vem. Para ele, diferença entre rede pública e privada 'é grande, mas tem diminuído'
Segundo ele, resultados de uma pesquisa feita pela Secretaria de
Assuntos Estratégicos (SAE) da Presidência da República serão
apresentados aos secretários municipais e estaduais de educação na
semana que vem.
"Uma das coisas que verificamos é que os alunos da escola particular
ficam mais tempo na escola do que a escola pública. Há uma desvantagem
relativa. A pública, na melhor das hipóteses, tem 800 horas por ano e a
particular tem 25% mais tempo que isso. O secretário-executivo da
Secretaria de Assuntos Estratégicos liderou um grupo que pesquisadores
que mapeou a literatura internacional sobre qualidade e uma das
conclusões é que o número de dias letivos e o numero de horas por dia
tem impacto muito grande na qualidade", afirmou o ministro no programa
"Bom Dia Ministro", transmitido pela TV estatal NBR.
De acordo com o ministro, a apresentação dos resultados da pesquisa
servirá para "abrir a discussão sobre essa possibilidade de oferecer ao
aluno de escola pública igualdade de condições".
Fernando Haddad disse ainda que a jornada de 800 horas por ano é
"curta". "Precisaríamos de ter mais de 200 dias letivos e mais de quatro
horas de aula por dia. (...) Os estudos demonstram que essa é uma
variável muito importante para explixar a diferença de desempenho."
Reportagem publicada pelo G1 nesta sexta-feira mostra que a maior diferença entre as notas das escolas públicas e privadas no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2010 é em matemática. Levantamento feito com os números divulgados nesta segunda-feira (12) pelo Ministério da Educação mostra que enquanto os colégios da rede particular tiveram média de 600,21 pontos nesta disciplina, os públicos alcançaram 509,67. As médias foram obtidas somando-se as notas das escolas e dividindo o resultado pelo número de instituições envolvidas.
Durante o programa "Bom Dia Ministro" desta sexta, Haddad disse que "a
distância entre a rede pública e a privada é grande, mas tem diminuído".
"A distância existe porque a pública recebe alunos de todas as camadas
sociais, pais com escolaridade, pais sem escolaridade. A comparação é
sobretudo em razão do financiamento ser diferente. A particular investe
de três a fez vezes mais por aluno e a comparação deve servir para nos
estimular a superar esse gargalo. A diferença existe, mas vem diminuindo
e temos que continuar."
Para ele, existe uma "tendência de diminuição das desigualdades educacionais no país".
Um comentário:
Muito boas as informações! bj
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