INTRODUÇÃO
A historicidade do homem não reside na mera continuidade no tempo, mas constitui a consciência ativa do futuro, que torna possível a criação original de uma sociedade harmoniosa. É próprio da índole humana agregar-se, designando assim uma dimensão ampla de sociabilidade o Estado, que com o advento político e as produções culturais apresenta notáveis tratados para a fundação sistemática da moral-ética, baseada na liberdade guiada para a realização plena do homem em geral.
Diante da trama social vivenciada em nossos dias, condicionada por uma visão de indiferença aos grandes danos coletivos e a fúria contra as ofensas individuais. Toma a escola parte na construção não só de conhecimentos teóricos mas sobretudo na formação de um sujeito ético-político.
SUJEITO ÉTICO-POLÍTICO
A sociedade vigente está altamente adulterada seja oriunda dos males do capitalismo: injustiça, miséria, poder excessivo, etc, ou como diria Durkheim tudo o que assola a sociedade é uma questão de moralidade. A política é parte da complexidade de relacionamento humano, ou seja, peculiaridade dos fenômenos sociais, por ser um indivíduo sociável o homem busca a vida em comunidade, onde surge a política entrelaçando as relações dos meios com os fins entre as pessoas, pois a política está relacionada ao coletivo e suas questões públicas, não ficando isolada ao partidarismo, ou a profissionalização de desfalques econômicos nas esferas de órgãos públicos do Estado. Na edificação de uma sociedade livre e justa e essencialmente solidária, a política pressupõe um valor moral: os homens têm direito de ter suas opiniões e expressá-las. Partindo dessa conjectura é preciso haver critérios de valores a fim de instituir relações hierarquicas para nortear as ações da coletividade. Uma vez que, toda pessoa tem capacidade de atuar e cogitar com certa independência em relação ao seu meio social, ou em opor-se a este, cônscio da descoberta do ser que deliberadamente decide. Portanto a ética é um inacabável pensar, refletir e construir, tendo a escola dever de educar para que os educandos possam julgar com autonomia e tomar parte nessa construção, articulando com clareza uma ética-política para a transformação. Hoje no processo educacional, o professor não é mais o eixo da ação educativa, mas o educando por estruturas dinâmicas é um ser ativo procedente das experiências vivenciadas em seus múltiplos aspectos de conhecimento, tornando-se assim o centro da prática pedagogica. O compromisso que a escola tem com a construção da cidadania solicita necessariamente a compreensão da realidade social e de sua teia de soberania e dependência. O trabalho da escola com problemáticas sociais proporciona a ação política e a magnitude dos princípios democráticos e éticos da sociedade, essa visão crítica da realidade viabiliza instrumentos de modificação, favorecendo o entendimento ético e político do sujeito. É com base na relação política da estruturação escolar com a comunidade, passando pela distribuição de poder entre os trabalhadores até chegar na afinidade professor e aluno que ocorre a contribuição da escola na intervenção da realidade social, pois a ética encontra-se também nas relações entre os agentes constituintes dessa instituição. Portanto essa perspectiva do trabalho pedagógico possibilita o desenvolvimento da autonomia moral, centrada no ato consciente de se posicionar criticamente diante de normas , já que a validade destas são derivadas do concenso do grupo. Em suma a ligação intríseca da ética com a política, inspira a reflexão sobre as diversas faces de conduta social ressalta a emancipação ético-político, mediada pela cumplicidade de aprender e ensinar da escola.
CONCLUSÃO
O ser humano é dotado de atividade criativa e em vista disso a educação é um acontecimento eminente, interpessoal e social. E é neste sentido que pode-se perceber a marcante influência que a sociedade exerce sobre o desenvolvimento da criança, pois a tal, educa moralmente seus membros, bem como a família e os meios de comunicação. Logo, a escola possibilita a mediação em cuidar da formação e preparar o educando para participar ativamente no contexto social. Entretanto essa participação requer responsabilidade e supõe reciprocidade com aqueles que o cercam, essa habilidade no trato das relações humanas tem a finalidade de força consciente de ações democráticas em prol da composição ética de juízos valorativos. Este conhecimento é pertinente e culmina na reflexão da inseparabilidade entre ética e política, abolindo de vez a situação apolítica de muitos em nossa sociedade.
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