As exigências do mundo moderno têm pressionado as sociedades a
investir na elevação dos níveis de escolarização de toda a população. Os
esforços de inclusão de jovens e adultos nos sistemas escolares aos quais eles
não tiveram acesso quando crianças e adolescentes respondem por essas
exigências e são, em grande parte, definidos por elas. A quase totalidade dos
alunos desses programas são trabalhadores, com responsabilidades profissionais
e domésticas, pouco tempo de lazer e expectativas de melhorar suas condições de
vida. No entanto, esses programas não devem se ater à preparação de mão-de-obra
especializada nem se render, a todo instante, às oscilações do mercado de
trabalho, mas, sim, desenvolver uma educação que não dissocie escola e sociedade,
conhecimento e trabalho e coloque o aluno ante desafios que lhe permitam
desenvolver atitudes de responsabilidade, compromisso, crítica, satisfação e
reconhecimento de seus direitos e deveres.
A Matemática tem
um papel fundamental nessa formação. Aprender Matemática é um direito básico de
todas as pessoas e uma resposta a necessidades individuais e sociais do homem.
Nesse aspecto, a Matemática pode dar sua contribuição à formação dos jovens e
adultos que buscam a escola, ao desenvolver metodologias que enfatizem a
construção de estratégias, a comprovação e a justificativa de resultados, a
criatividade, a iniciativa pessoal, o trabalho coletivo e a autonomia advinda
da confiança na própria capacidade para enfrentar desafios. Além disso, para exercer
a cidadania é necessário saber calcular, medir, raciocinar, argumentar, tratar
informações estatisticamente etc. Outra contribuição da Matemática é auxiliar a
compreensão de informações, muitas vezes contraditórias, que incluem dados
estatísticos e tomadas de decisões diante de questões políticas e sociais que
dependem da leitura crítica e interpretação de índices divulgados pelos meios
de comunicação.
De modo geral, o
currículo de Matemática para jovens e adultos deve procurar contribuir para a
valorização da pluralidade sociocultural e criar condições para que o aluno se
torne ativo na transformação de seu ambiente, participando mais ativamente no
mundo do trabalho, da política e da cultura.
Célia
Maria Carolino Pires – PUC/SP
Proposta Pedagógica-Curricular do Município de Joaquim Nabuco
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