A Organização das Nações Unidas (ONU) instituiu 2011 como o Ano
Internacional dos Afrodescendentes. O objetivo desta iniciativa é
fomentar o debate sobre desigualdade e estimular ações de combate ao
racismo. Hoje, de acordo com a Organização, esta parcela da população
ainda está entre as que mais sofrem com discriminação e dificuldade de
acesso a serviços básicos, como educação, saúde e moradia.
Uma forma de reverter esse quadro e promover uma maior consciência
social é trabalhar a questão da desigualdade ainda na infância. E é
nesse ponto que a escola e os educadores têm papel fundamental, ao levar
o tema para dentro das salas de aulas e propor atividades que explorem o
valor da cultura negra e a influência do povo afro na história do
Brasil. A diversidade cultural faz parte, aliás, dos Parâmetros
Curriculares Nacionais (PCNs) que estabelecem os temas que devem ser
trabalhados no âmbito escolar.
Uma boa dica para auxiliar os professores nessa tarefa é a Coleção
História Geral da África, disponibilizada no site do Ministério da
Educação (MEC). São quase dez mil páginas, compiladas em oito volumes,
que trazem de maneira bastante completa a historiografia africana,
contada a partir da ótica dos próprios africanos.
A ideia de produzir um material que reunisse informações tão
completas sobre o continente africano nasceu em 1964 a partir de uma
iniciativa da Unesco. Quase 30 anos depois, 350 cientistas coordenados
por um comitê formado por 39 especialistas – dois terços deles africanos
– completaram o desafio, resultando nesta que pode ser considerada a
principal obra de referência sobre o assunto.
Além de apresentar uma visão de dentro do continente, a obra cumpre a
função de mostrar à sociedade que a história africana não se resume ao
tráfico de escravos e à pobreza, destacando também a contribuição deste
povo em muitos setores, como, por exemplo, a tecnologia.
A edição completa da coleção foi publicada em vários idiomas,
inclusive em português. No Brasil, o material foi editado pela Unesco,
em parceria com a Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e
Diversidade (Secad) do Ministério da Educação e a Universidade Federal
de São Carlos (UFSCar). A intenção é fazer com que professores e
estudantes lancem um novo olhar sobre o continente africano e entendam
sua contribuição para a formação da sociedade brasileira.
Para fazer o download da obra, clique aqui.
Por Cleide Quinália Escribano / Blog Educação com informações do MEC
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